Metrô apresenta projeto da Linha 5 (Lilás), que conectará o Largo Treze de Maio à Chácara Klabin
Junho 29, 2008

Sérgio Aveleda, diretor de Assuntos Corporativos do Metrô, atendendo convite da Comissão de Política Urbana da Distrital Santo Amaro da Associação Comercial de São Paulo apresentou, nesta sexta-feira, o projeto da Linha 5, Lilás, que conectará o Largo Treze de Maio, em Santo Amaro, à Chácara Klabin.

Estágio do projeto

Os estudos, até a futura estação Adolfo Pinheiro, estão muito avançados, o projeto "praticamente está pronto e nós estamos muito próximos de iniciar a licitação para contratação da obra", disse Aveleda. O início das obras previsto para Janeiro de 2009.

No trecho que vai da estação Adolfo Pinheiro até a estação Campo Belo estão sendo realizados estudos funcionais, a poartir dos quais será definida a localização das estações.

No último trecho, da estação Campo Belo até Chácara Klabin, serão iniciados brevemente os estudos funcionais.

Aveleda informou que toda a linha será subterrânea: "não haverá nenhum trecho no qual ela voltará a ser elevada",  já que o índice de ocupação do solo é muito elevado na região, e seria um transtorno para a cidade construir, nesta região, um metrô de superfície.

Quais os critérios para definir a localização de uma estação do Metrô?

"O Metrô tem critérios técnicos muito claros para decidir a localização das estações", afirmou  Aveleda, que explicou que o principal critério para definir onde uma estação será construída é "onde que nós mais podemos atender a demanda que procura o Metrô".

"O Metrô não é um meio de transporte que leva as pessoas da sua casa ao seu local de trabalho", disse Aveleda: "Uma estação de Metrô está sempre localizada em um eixo de uso de solo com vocação comercial e de serviços, porque é ali que o usuário do Metrô vai buscar o seu trabalho, seus estudos, seu lazer ou a sua conexão com outros meios de transporte", e é fundamental que os diversos sistemas de transporte sejam complementares, "um alimentando o outro" melhorando assim a qualidade do transporte.

A estação Adolfo Pinheiro, cuja localização foi duramente questionada recentemente por comerciantes de uma galeria comercial existente no local, "está no centro geográfico do uso que mais se deseja ter em nas proximidades de uma estação de Metrô", que é comércio e serviços.

Canteiro de obras

Quanto à extensão do canteiro de obras necessário à construção do trecho Adolfo Pinheiro a Campo Belo, Aveleda afirmou que é condizente com as características do projeto, e disse que há necessidade de ter um estoque de anéis de concreto suficiente para que o Shield (máquina que realiza a escavação do túnel), funcione ininterruptamente.

Desapropriações

Aveleda explicou que a partir da Constituição de 1998 não há a menor possibilidade de qualquer obra do Estado adentrar em um imóvel sem que antes tenha depositado integralmente, em dinheiro, na conta do proprietário, o valor de mercado avaliado por um perito de confiança designado pela Justiça. Mas se o proprietário discorda desse valor, pode recorrer, e uma nova perícia será elaborada.

Quanto aos locatários dos imóveis comerciais, Aveleda explicou que o Metrô, por ser uma empresa pública, tem de se submeter à legislação de desapropriação, e há lei só trata da relação do proprietário do imóvel com o Estado. "Não ha legislação nenhuma referência ao pagamento ao locatário", disse, afirmando que "o Metrô está atento à situação especialmente com relação aos lojistas da Galeria Borba Gato, onde a maioria dos lojistas são locatários".

A Lei de Locação diz que se um lojista tem direito à renovação do aluguel, e estiver no mesmo ponto comercial há mais de cinco anos, exercendo a mesma atividade, e tem um contrato de locação por prazo determinado, ele tem direito à renovação do aluguel. "Neste caso, o Metrô indenizará o locatário pelo ponto comercial", afirmou Aveleda.

Quanto o contrato é por prazo indeterminado, o proprietário pode notificar ao locatário, que tem que sair em 30 dias. "Neste caso, a legislação não nos permite indenizar o locatário", explicou Aveleda. Entretanto, o Metrô afirmou que está estudando alternativas "para diminuir ao máximo o transtorno dos locatários e diminuir ao máximo os prejuízos causados pelas desapropriações".

Aveleda afirmou que, como sempre faz, o Metrô pagará aos locatários, a título de indenização, "a desinstalação, a mudança e a reinstalação" de suas atividades em outro local.

195 milhões de usuários

O trecho entre Capão Redondo e Largo Treze de Maio, já em operação, tem 8,2 Km de extensão, e transporta 36 milhões de usuários por ano. Entre o Largo Treze de Maio e Campo Belo serão construídos mais 5,7 Km. O Metrô espera atender, então,  90 milhões de usuários por ano. Já de Campo Belo até Chácara Klabin serão mais 5,9 Km, totalizando aproximadamente 20 km de extensão, quase cinqüenta por cento a mais a extensão total da linha 4 (Amarela, atualmente em construção). O Metrô estima que, quando totalmente construída e em operação, a Linha 5 atenderá 195 milhões de usuários por ano, "um número bastante significativo", segundo Aveleda.

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Comentários registrados para esta reportagem

Em 14 de Agosto de 2008 Samira Issa escreveu: Com a transferência de cargo do Sr. Sérgio, estou no aguardo de ser contactada pelo atual diretor para marcar uma reunião e obter informações a respeito do poço de ventilação, visto que a reunião agendada para 15/08, pelo que parece, será adiada (após semanas de aguardo).

Em 28 de Julho de 2008 roberto escreveu: Sou morador do Brooklin, exatamente no meio, onde este projeto "absurdo" pretende ter espaço. Gostaria de maiores informações e lamento, não sou contra a melhoria do serviço de transporte para a população, porém com estrutura viável e sem prejuizos de "cidadãos" que pagam impostos e estão a deriva de tais projetos eleitoreiros. Estou a disposição dos organizadores do movimento pela preservação do bairro e possíveis protestos contra tal absurdo.

Em 10 de Julho de 2008 Comite Metro Campo Belo escreveu: Para detalhes do projeto que o Metrô não informa ou se faz de desentendido, acesse ao blog do movimento dos moradores do Campo Belo e Brooklin: http://metrocampobelo.blogspot.com

Em 09 de Julho de 2008 Mariangela escreveu: Estou desde esta apresentação, que foi em 27/06/08, tentando uma reunião com este senhor e com a Cia do Metrô, que se propôs a nos receber e que NUNCA aconteceu. Tudo isso é a maior enrolação, eles já têm MUITO mais informações do que nos falam e tudo com o aval de Serra/Kassab e sua turma! O certo é que meu voto NUNCA mais eles terâo!!!

Em 09 de Julho de 2008 Elisete Moraes escreveu: Sr Sérgio Aveleda, nesta mesma reunião pedimos uma reunião com você para tirarmos algumas dúvidas a respeito dos poços de ventilação e o Sr nos dêu seu telefone e autorizou marcarmos uma reunião com vossa senhoria...só que infelizmente até agora estamos sendo jogados de setor para outro...sem nenhum retorno de Vossa senhoria. Gostaríamos de saber a causa de tal estresse em nos receber. Grata e aguardo um retorno.

Em 04 de Julho de 2008 Osvaldo escreveu: Como poemos ficar sabendo onde estas estações irão se localizar, pois é a primeira vez que vejo este assunto e sou morador da região.

Em 01 de Julho de 2008 Luis Carlos escreveu: Inicia-se com isso a degradação dos Bairros de Campo Belo e Brooklin, pois transfere para esses bairros o terminal de ônibus do Largo 13 de Maio. Qual a funcionalidade de uma linha na qual voce tem que descer para continuar a viagem de ônibus? Se o metrô não tem a obrigação de levar os cidadãos de casa para o trabalho, quais as perspectivas de melhora no transito? vale lembrar que o projeto não preve análise de riscos para que os acidentes e problemas ocorridos na linha Amarela não voltem a ocorrer em Campo Belo.

Em 30 de Junho de 2008 Luiz Roberto escreveu: Caro Jorge, Muito boa a matéria ! Você tem alguma informação segura de onde será a futura estação Borba Gato? Tem idéia de onde posso ter essa informação ? Abraço