Médicos alertam para uso incorreto de antibióticos em crianças no inverno
Julho 03, 2008
Nos meses de inverno, que se caracterizam por temperaturas mais baixas e
permanência por mais tempo em ambientes fechados – o que facilita a infecção
cruzada entre pessoas -, é freqüente o aumento de certas inflamações, como
amigdalites, otites e sinusites. O incômodo que essas doenças produzem nas
crianças leva muitos pais a recorrerem a medicações sintomáticas (muito
freqüentemente anti-inflamatórios) inadequadas, que podem retardar a cura ou,
até mesmo, produzir efeitos inversos ao que se pretende.
Em alguns casos, é feito o uso de antibiótico sem orientação médica, com sérios
riscos para a criança. O uso inadequado desses medicamentos pode mascarar
sintomas e retardar o diagnóstico correto e o início do tratamento. A
intervenção medicamentosa deve ser feita por um médico e caberá a ele definir
quando é necessário ou não utilizar antibióticos.
Segundo exemplifica o médico Evandro Roberto Baldacci, pediatra e professor do
Instituto da Criança (ICr) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de
Medicina (FM) da USP, somente cerca de 15% das amigdalites com pus exigem o uso
de antibióticos. São as amigdalite esteptocócica do grupo A que podem levar à
doença febre reumática se não forem adequadamente tratadas com a utilização
correta de antibióticos.
Nos demais 85% dos casos, as amigdalites geralmente são de origem viral e não há
necessidade de se tomar antibióticos. “Em todas as situações, o diagnóstico
feito por um leigo pode ser perigoso. Por isso, sempre é importante procurar um
serviço médico, onde se determinará a origem daquela doença”, recomenda Baldacci.
E alerta: “muitas crianças tomam antibióticos sem precisar, muitos precisam e
não tomam e muitos, ainda, tomam de forma errada, por um período inferior ao
recomendado ou na dosagem incorreta”.
Da mesma forma, as otites também levam muitos pais a apelarem para o uso de
medicamentos sem orientação médica. Cerca de 80% dos casos podem ser curados sem
necessidade de antibióticos, explica. O uso do antibiótico é bem estabelecido e
deve levar em conta a idade da criança e a intensidade da otite. “Todas as
crianças com até seis meses de idade devem receber antibiótico com otite
confirmada ou mesmo suspeita. Em crianças de seis meses a 2 anos, o antibiótico
é indicado somente quando forem casos graves, com muita dor e febre superior a
39 graus . Acima dos dois anos de idade aconselha-se a esperar de 48 a 72 horas
e reexaminar a criança para verificar se há melhora ou não antes de utilizar
antibiótico”, detalha o pediatra.
Nos casos de sinusite, além do risco da auto-medicação existe a crença
equivocada de que o diagnóstico deve ser feito por Raio-X. “O diagnóstico é
clínico”, explica o especialista do ICr. Os pais devem suspeitar de sinusite
quando a criança tiver um resfriado com muita tosse, coriza (ou seja, nariz
escorrendo uma secreção espessa e amarelada) e, às vezes, mau hálito por um
tempo maior do que quatro dias (com febre) ou do que dez dias (sem febre).
Com esse quadro e algumas avaliações clínicas, o médico tem todas as condições
de fazer um diagnóstico preciso se a criança tem ou não sinusite. O uso de
Raio-X não é inócuo, pois a radiação pode ser prejudicial ao organismo. E na
fase aguda da sinusite o Raio-X é inútil como forma de auxílio ao diagnóstico.
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Fonte: Agência USP de Notícias - Núcleo de Comunicação Institucional do HC
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