Sinopse: Memória é um trabalho de resgate da produção artística do Stagium ao longo destes 46 anos. Tomando como fio condutor o sistema coringa, os bailarinos se transportam para algumas das propostas do Stagium exploradas desde a sua fundação em 1971. Assim da obra "Jerusalém" de 1974, que recebeu na época o Grande Premio da Associação Paulista dos Críticos de Arte, um salto para questão indígena, "Kuarup" de 1977", trabalho/denuncia que percorreu todo o Brasil, America Latina e Europa. De "Coisas do Brasil" de 1979, uma visão crítica da nossa história, um salto para o sofisticado tango de Piazzola, para a bela musica de Ary Barroso e as fundamentais canções de Chico Buarque. É o Stagium em constante transito entre tradição e ruptura, resgatando a si próprio numa emocionante viagem no tempo. Preludiando é mais do que uma coreografia: é uma tomada de posição. Quando tem a sobrevivência ameaçada. O Ballet Stagium resiste fazendo justamente o que corre o risco de ver extinto: a sua dança. Dessa vez, a prioridade está nos bailarinos e nos movimentos que eles desenham com a força e o emprenho daqueles que se comprometem e honram a relevância do seu fazer. Um elenco, cuja escolha ética, merece o nosso respeito. Preludiando chama a atenção para a maneira de lutar pela sobrevivência sem abrir mão de seus valores. Décio Otero nos faz olhar para um traço fundamental na linguagem que vem desenvolvendo há 45 anos, e que está no modo como enreda os passos e as poses do balé com o que coletou nos encontros do Staguim com um Brasil que ainda não havia tido contato com este tipo de dança. Nesse momento, o Stagium reafirma as escolhas que pavimenta o seu percurso ao resgatar o compositor brasileiro Claudio Santoro do esquecimento no qual tem sido mantido.
Direção: Marika Gidali e Décio Otero. Bailarinos: Paula Perillo, Ariadne Okuyama, Roberta Silva, Raquel Gattermeier, Luiza Vilaça, Sabrina Cavallari, Eugenio Gidali, Marcos Palmeira, John Santos, Gustavo Lopes, Alexandre Bóia e Vinicius Anselmo.