Sinopse: Carla Chaim, Marcelo Amorim e Nino Cais são artistas visuais cujas práticas, apesar das trajetórias diversas, compartilham uma sensibilidade aos objetos do mundo, unindo-os pela apropriação. Apropriação, no contexto da arte, envolve a incorporação de materiais não artísticos ou obras pré-existentes em novos trabalhos, com raízes na colagem e influências de Marcel Duchamp e Kurt Schitters. Nos anos 1980, artistas como Richard Prince, Sherrie Levine e Barbara Kruger elevaram essa prática ao recontextualizar imagens da mídia para criticar e desconstruir construções sociais. Hal Foster, em “Bad New Days”, descreve os “artistas arquivistas” que recuperam e recontextualizam informações históricas perdidas ou suprimidas. Eles usam imagens, objetos e textos em instalações, criando uma legibilidade perturbada ou redirecionada. A produção incessante de imagens na internet contrasta com o retorno desses artistas aos arquivos tradicionais, agora mais acessíveis em sebos e lojas de segunda mão. Nesta exposição, o arquivo é o ponto de partida, e cada artista atua também como curador, convidando outro artista para expandir o diálogo. Nino Cais convida Leda Catunda (objetos cotidianos ressignificados), Carla Chaim convida Lenora de Barros (corpo e escrita), e Marcelo Amorim convida Rosângela Rennó (imagens recontextualizadas). Juntas, suas obras questionam a autoridade documental dos arquivos e expressam a contínua busca dos artistas por ressignificações, iluminando vestígios do passado sob novas perspectivas.