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USP propõe novos destinos para computadores velhos e usados Novembro 29, 2011
Responda rápido: quantos computadores e impressoras você já teve até hoje? E telefones celulares? Na era digital, com o rápido avanço da tecnologia e o crescente aumento do consumo, é raro encontrar alguém que não queira ter um equipamento mais moderno. E quando opta pela troca, vê apenas a possibilidade de se livrar de uma sucata, ou melhor, de um lixo tecnológico.
Muitos, porém, não sabem que equipamentos eletrônicos como computadores, impressoras, carregadores de celular, pilhas e baterias descartadas têm em sua composição substâncias que podem contaminar as pessoas, animais e o ambiente, como metais pesados (chumbo, cádmio, mercúrio) e outros elementos tóxicos. Por isso, o descarte deve ser feito de maneira adequada e nunca no lixo comum.
Entretanto, mesmo trazendo risco ambiental, o lixo eletrônico abre oportunidade de crescimento para outras pessoas, caso passe por uma reforma. E que talvez esta seja a única maneira que uma criança ou jovem carente tenha para aprender a utilizar um computador.
Lixo eletrônico
A substituição de equipamentos eletrônicos por novos cresce 40 milhões de toneladas por ano, de acordo com o relatório Reciclando - do Lixo Eletrônico aos Recursos, publicado em fevereiro de 2010 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Segundo o documento, o Brasil descarta 96,8 mil toneladas de computadores por ano.
O relatório analisa a situação do lixo eletrônico na África do Sul, Quênia, Uganda, Marrocos, Senegal, Peru, Colômbia, México, Brasil, Índia e China. E informa que aparelhos eletrônicos possuem placas com circuitos eletrônicos que podem chegar a usar mais de 60 tipos de elementos químicos.
O crescimento do consumo no setor aumentou a utilização de recursos naturais para suprir essa necessidade; e isso está levando à escassez desses recursos. Por outro lado, o descarte inadequado de aparelhos obsoletos contamina o ambiente, pois esses elementos químicos ou são valiosos ou são tóxicos, ou ambos. As atividades de mineração consomem altas taxas de combustível, com alta geração de CO2, contribuindo negativamente para o efeito estufa.
Portanto, o mais sensato seria recuperar os metais utilizados nos aparelhos descartados, em vez de produzir novos metais, ou seja, 'minerar' o lixo eletrônico: uma tonelada de telefone celular sem bateria contém 3,5 quilos de prata, 340 gramas de ouro, 140 gramas de paládio e 130 quilos de cobre.
Segundo o relatório, em 2007 mais de 1 bilhão de celulares foram vendidos em todo o mundo - aumento de 896 milhões em comparação a 2006. Especialistas no setor asseguram que em uma tonelada de PCs existe mais ouro do que 17 toneladas de minério bruto do metal. Por isso, é fundamental que a sociedade se mobilize para encontrar alternativas para lidar com essa realidade.
Responsabilidade social
Entre janeiro e junho de 2011, o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir) da USP recebeu quase 42 toneladas de equipamentos da comunidade acadêmica e de pessoas físicas. São CPUs, monitores, teclados, mouses, estabilizadores, no-breaks, impressoras, telefones, celulares, fios e cabos, CDs, DVDs, além de pequenos objetos como câmeras fotográficas, pilhas, baterias e cartuchos. Somente nesse período foram descartados 1.439 monitores, 1,2 mil CPUs e 511 impressoras.
Desde q
ue foi inaugurado, em dezembro de 2009, o Cedir reformou cerca de 600 equipamentos, entre CPUs, monitores, impressoras, scanners, projetores e aparelhos de fax, que foram encaminhados para 30 unidades da USP e 52 entidades assistenciais cadastradas. O Centro de Descarte funciona em um galpão de 400 metros quadrados, na Cidade Universitária, em São Paulo.
"A proposta do Cedir é garantir que os equipamentos eletroeletrônicos da USP tenham destinação correta e que a maioria do material descartado possa retornar à cadeia produtiva e evitar, por exemplo, a extração de mais metais da natureza", destaca a professora Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do centro.
Outra vantagem é possibilitar o reúso de equipamentos em projetos sociais, beneficiando comunidades que não teriam acesso a esse tipo de recurso, além de fornecer algumas peças de reposição para equipamentos da própria USP e de auxiliar pessoas físicas com a destinação correta de lixo eletrônico.
Prêmios
O trabalho do Cedir rendeu menções honrosas de 2008 a 2010 no Prêmio Governador Mario Covas na categoria Inovação. Em 2011 foi laureado com a Iniciativa Verde, da revista InfoExame. A divulgação dos trabalhos possibilitou que muitas universidades, prefeituras e cidadãos despertassem para a questão do lixo eletrônico e começasse a trabalhar na mesma direção.
"Muitos empresários procuram o Centro de Descarte para saber da possibilidade de abrir um negócio na área", afirma Tereza. Segundo ela, o centro foi concebido para receber 500 computadores por mês (cerca de 5 toneladas). Mas, em alguns meses, chegam ao centro de 10 a 12 toneladas de descarte. O número mensal de computadores reaproveitados varia entre 40 e 60. Porém, ainda existe uma demanda reprimida dentro da USP.
"Precisamos ampliar a vazão de saída para aumentarmos a vazão de entrada. Para cada tipo de material necessitamos de um volume mínimo para comercialização. Para plástico são 300 quilos; para as placas, 5 toneladas. A venda das peças cobre o custo de reciclagem de monitores de tubo. Não temos lucro", declara.
Tereza ressalta que é necessário refazer o ciclo de operação do Cedir, criando, por exemplo, o conceito de células especializadas em desmontagem de computadores, outra em impressoras, etc., "pois isso possibilitaria o aumento da produtividade".
Da Agência Imprensa Oficial e da USP
Fonte: Assessoria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo
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