Rede municipal de saúde ampliará atendimento
para a população que deseja parar de fumar
Junho 02, 2008.
A Secretaria Municipal de Saúde contará com mais 15 unidades de atendimento em
condições de oferecer o tratamento intensivo para os fumantes que desejam
abandonar o hábito do cigarro. O projeto que garante a ampliação da rede de
acolhimento aos dependentes do fumo se encontra em estado adiantado e depende
apenas da aprovação do Ministério da Saúde, em Brasília, para ser
definitivamente implementado. Com as novas unidades, cerca de mil pessoas, por
mês, poderão ser beneficiadas com a ajuda de profissionais da Prefeitura, acesso
ao apoio terapêutico (inclusive psicológico) e a medicamentos que fazem parte
deste processo. Tudo sem custo para o usuário, que deverá, no entanto,
demonstrar interesse e força de vontade para atingir os resultados esperados.
Atualmente quatro unidades municipais de saúde (Centros de Apoio Psicossocial -
CAPS) estão habilitadas para oferecer o tratamento intensivo. Este método é
utilizado quando os profissionais diagnosticam a necessidade de medicamentos
para ajudar no abandono do cigarro. Mas essa não é a única forma de lutar contra
o vício do fumo. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a população encontra
médicos e outros especialistas em condições de orientar esta jornada, que
garante melhor qualidade de vida e reduz a possibilidade do aparecimento de
doenças crônicas graves, como cardiopatias e até o câncer. Nestes locais, o
interessado poderá acessar métodos terapêuticos alternativos como práticas da
medicina tradicional chinesa (a acupuntura, por exemplo), grupos de atividade
corporal orientada (yoga, Tai Chi Pai Lin, Lian Chi) e acompanhamento
nutricional.
O suporte disponível na rede pública municipal de saúde envolve a oferta de
apoio terapêutico através de grupos de orientação e auto-ajuda coordenados por
equipes multiprofissionais, que incluem médicos, psicólogos, assistentes
sociais, enfermeiros, entre outros. O tratamento para abandonar o fumar pode
durar quatro meses, em média. No entanto, este prazo pode ser mais longo e
atingir um ano. Durante o processo, o paciente passa por terapias coletivas
(grupos de 10 a 15 pessoas) e consultas médicas individuais para acompanhamento
do tratamento.
Para ser beneficiado, o interessado deve procurar uma UBS onde poderá se
inscrever. Em seguida será agendada uma reunião com médico, assistente social e
psicóloga para a primeira avaliação. Depois o paciente passará por uma consulta
médica, na qual será encaminhado para o tratamento mais adequado para o seu
quadro. "Salientamos que não são todos os pacientes que precisam de tratamento
com base em medicamentos ou orientação psicológica mais intensa. Cada caso deve
ser avaliado e a partir do diagnóstico, realizado após a análise de prontuário,
exames, avaliação clínica e entrevista, os profissionais poderão dizer qual o
melhor caminho. O fundamental é assumir uma postura de vida contra o fumo e ter
força de vontade, determinação, para superar o processo de desintoxicação",
acrescentou a coordenadora do Programa Municipal Antitabagismo, Darlene Dias.
Em São Paulo, o tabagismo atinge a população de todas as idades e classes
sociais. Do total de moradores, cerca de 22,6% são de fumantes, sendo 25,5% do
sexo masculino e 19,8% do feminino. De acordo com os dados do Inquérito de Saúde
da Capital (ISA-Capital), a cidade conta 1,7 milhão de fumantes. A maioria deles
começa a usar o tabaco a partir dos 16 anos. Outra característica deste grupo é
que a maior concentração de usuários de cigarro está entre as pessoas que têm
menor grau de escolaridade: 57,4% dos fumantes têm até 8 anos de escolaridade;
31,1% freqüentaram a escola por até 12 anos; e 11,5% contam com nível superior,
ou seja, estudaram por 13 anos ou mais.
O tabagismo é um vício que onera a sociedade. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), para cada um dólar arrecado com os impostos gerados pela
venda do cigarro, se gasta de 1,5 a 5 vezes mais para custear o tratamento de
doenças relacionadas ao tabaco. O hábito de fumar é a maior causa isolada
evitável de mortes precoces em todo o mundo. As estimativas indicam que, por
ano, no Brasil morrem 200 mil pessoas de doenças que têm no tabaco um fator de
risco. No mundo inteiro, este dado chega a 5 milhões. Os principais problemas de
saúde que têm relação com o vício do tabaco estão o câncer (de vários tipos:
pulmão, boca, língua, laringe, etc.), efisema pulmonar, doenças coronarianas e
os derrames.
Fonte: Assessoria de Comunicação da SMS.
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