MAC USP, Osesp e São Paulo Companhia de Dança formam parceria de obra audiovisual

Novembro 30, 2020

O Museu de Arte Contemporânea da USP pretende promover de forma efetiva uma série de diálogos entre as artes visuais e outras linguagens artísticas. A primeira experiência pode ser vista na criação audiovisual Amálgama, desenvolvida pela São Paulo Companhia de Dança (SPCD) em parceria com o MAC USP e o Quarteto Osesp, formado por membros da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. As obras da exposição permanente do Museu, localizada no 6º e 7º andares do prédio, inspiram o cenário para o trabalho concebido durante o contexto de distanciamento social, em um projeto que estabelece um diálogo entre dança contemporânea, música de câmara, moda e a coleção do museu e está em sintonia com o tema da Temporada 2020 da SPCD, inspirada em Clarice Lispector e batizada de Permanência e Inovação.

Conduzidos por coreografia inédita assinada por Henrique Rodovalho e trajando figurinos de Ricardo Almeida, os bailarinos da Companhia investigam novos modos de interação entre os movimentos e a música com as formas, cores e texturas de 23 obras selecionadas por Ana Magalhães, diretora e curadora do MAC USP, de artistas como Umberto Boccioni, Anita Malfatti, Regina Silveira, Simon Benetton, Henry Moore, Tarsila do Amaral e Amedeo Modigliani, entre outros. "A interação entre as diferentes manifestações artísticas é algo muito importante para o MAC USP. Esse diálogo é ainda mais lindo porque trabalha com o universo do sensível, convidando o público a perceber o acervo do Museu de uma maneira completamente nova", diz Ana Magalhães.

"Busquei acrescentar uma camada a mais de percepção das obras ora com movimentos logo à frente dos quadros, refletindo sobre a provocação das telas, ora com gestos por entre as esculturas, expandindo suas conexões e ampliando as emoções que elas provocam no observador", explica Rodovalho. A performance é acompanhada por obras dos compositores brasileiros Francisco Mignone (1897-1986) e Rafael Amaral, em repertório proposto pelo maestro da Osesp, Antonio Carlos Neves Pinto, coordenador do Centro de Documentação Musical, de forma a valorizar criações brasileiras de diferentes períodos, evocando elementos nacionalistas em um diálogo rítmico com as linhas e cores das telas e esculturas e com os gestos precisos da dança.

Para Inês Bogéa, diretora artística da Companhia, "este é um trabalho extremamente colaborativo, para o qual cada parceiro trouxe suas contribuições e percepções específicas. As telas, esculturas, músicas e a arquitetura presentes no vídeo falam sobre o século XX e reverberam até o século XXI, ganhando novos significados por meio da contemporaneidade da coreografia de Henrique Rodovalho. Esse diálogo com o passado sob o olhar do presente busca evidenciar como nós olhamos para a nossa memória de uma maneira viva e presente em cada um de nós".

A exibição gratuita de Amálgama acontece nos canais da Companhia no YouTube e Facebook. Pelo Instagram (@saopaulociadedanca) e o Twitter (@spciadedanca), o público poderá conferir detalhes sobre os bastidores das gravações. Em paralelo, será lançado um vídeo com entrevistas com Inês Bogéa, Ana Magalhães, Henrique Rodovalho e Emmanuele Baldini, comentando as relações estabelecidas entre as diferentes linguagens artísticas presentes no filme. Um hotsite na página do MAC USP na internet também apresentará detalhes sobre as obras do acervo destacadas no projeto.

Serviço
Amálgama
Data: 4 de dezembro de 2020 (sexta-feira), às 20h
Onde: Canal da SPCD no YouTube – www.youtube.com/AudiovisualSPCD
Canal da SPCD no Facebook – www.facebook.com/spciadedanca