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De acordo com a ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia) 30% dos brasileiros são alérgicos contra 20% da população há 10 anos atrás. Estudos mostram que 6 em cada 10 portadores de alergia acabam desenvolvendo a doença nos olhos que pode inflamar a conjuntiva e a córnea, conforme a sensibilidade de cada pessoa. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a alergia ocular em estágio inicial pode ser confundida com uma simples irritação. Os sintomas são olhos vermelhos, lacrimejamento e coceira. O especialista diz que a maioria dos casos pode ser curada com aplicação de compressas de água gelada, mas se os sintomas não desaparecem em dois dias é necessário consultar um oftalmologista para a prescrição de colírios. Já sistema imunológico de crianças e adolescentes são mais ativos e favorece alterações na pálpebra e córnea, por isso, pode desencadear ou piorar o ceratocone. O distúrbio afina e deforma a córnea, provocando astigmatismo e vício de refração que desfoca as imagens para perto e longe. O ceratocone atinge 200 mil brasileiros, 30% deles não conseguem ter boa correção visual usando óculos, lente de contato ou um anel que é implantado na córnea para achatar seu formato. É este grupo que responde por 70% dos transplantes de córnea no Brasil.
Agravantes
Queiroz Neto observa que neste ano a falta de chuvas somada ao início das queimadas nas últimas semanas aumentou a concentração de poluentes no ar e os riscos para os olhos. Resultado: Os diagnósticos de alergia e de piora do ceratocone cresceram no hospital. Para ele outros fatores que contribuem com este aumento são:
-> A exposição aos conservantes e aromatizantes artificiais utilizados nos alimentos industrializados;
-> O uso indiscriminado de anti-inflamatórios e antibióticos, principalmente entre crianças;
-> A deficiência de vitamina D que provoca queda na imunidade.
Como controlar o ceratocone
O oftalmologista afirma que o primeiro passo para manter o ceratocone sob controle é passar por exame oftalmológico anualmente. Adicionar à dieta alimentos ricos em ômega 3 como semente de linhaça, sardinha e salmão mantém a lubrificação dos olhos e protege das agressões externas. Queiroz Neto ressalta que os indicadores de doença latente são a troca rápida do grau dos óculos ou lentes de contato, enxergar halos noturnos, fotofobia, aumento da fadiga ocular e olhos frequentemente irritados. O único tratamento que interrompe a evolução da doença é o crosslink, que consiste na aplicação de vitamina B2 (riboflavina) associada à radiação ultravioleta para reorganizar as fibras de colágeno. Quanto antes for aplicado, maior é a preservação da visão. A boa notícia é hoje é possível fazer o o diagnóstico precoce. "É o caso de um paciente que a tomografia da córnea indicou ceratocone apesar de ter só uma pequena deformação na face posterior da córnea. Conseguimos interromper a doença antes do comprometimento da visão", avalia.