A peça possui diversas cenas belíssimas criadas a partir de diversos recursos artísticos e por meio de metáforas. Achei que pecou na encenação alienada do sertanejo e no senso comum explorado na interpretação da madrasta, todavia, a perfomance da atriz principal e os demais estão de parabéns. Recomendo a peça!
Arcelino
Hoje é dia de Maria - A fabula Musical é um musical baseada no texto de Carlos Aberto Soffredini, com Lígia Paula de Andrade (que também co-dirige e produz o musical) no papel de Maria, estreou dia 30 de Setembro no Teatro Cetip, em São Paulo, onde fica em cartaz até o fim de novembro.
O texto de junta diversas lendas e contos da tradição oral brasileira através da jornada de Maria, uma heroína, que, fugindo do ambiente opressivo onde vive, segue seu sonho de ir ver as franjas do mar e evolui de uma ingenuidade primária até a sua libertação de todas amarras: opressão e abuso pai (interpretado por Luiz Araújo), opressão da madrasta (interpretada por Kleber Montanheiro) e de um casamento escravizante, ainda que com um príncipe.
Trio de Direção: Dan Rosseto, Lígia Paula Machado e Kleber Montanhiero
O fio narrativo segue a história da Cinderela, ambientada no Sertão Paulista. Não há Fada Madrinha e as bençãos que Maria recebe vem do fato de ajudar as pessoas, de forma desinteressada. O texto vai alinhavando a História da Menina e a Figueira, a Busca das Franjas do Mar, a Terra Onde não Existe Noite, entre outras. Em cada cena importante, há uma música muito bem escolhida, arrematando o tecido narrativo e dando-lhe força. Um dos pontos altos é quando um menino, Felipe Machado, canta Rosa de Hiroshima, numa cena bonita e emocionante, sublinhada por um excelente jogo de luzes. A escolha das músicas está tão bem feita que às vezes tem-se a impressão que a peça foi escrita para acolher as músicas.
Alvaro Alipio Lopes Domingues