Moradores do Sumaré mobilizam-se para impedir construção de prédio em área residencial
Novembro 20, 2002

A luta de alguns moradores do Sumaré para impedir a construção de um prédio de apartamentos de oito andares na Rua Guaçú continua. Hoje pela manhã foi organizada uma reunião na rua, à qual compareceram cerca de cem pessoas, na qual o Sr. Sr. João Fava Jr., da Sociedade dos Amigos e Moradores do Sumaré (SOMASU) colocou os vizinhos à par das ações realizadas pela Sociedade para impedir a execução da obra.

O Sr. Fava Jr. qualificou o andamento do processo na SEHAB (Secretaria da Habitação do governo Marta Suplicy) de "muito esquisito". A tramitação do processo foi "facilitada", segundo o Sr. Fava Jr., "sem analisar notificações que foram emitidas pela Somasu à própria Secretaria da Habitação para preservar a característica do loteamento, já que não pode ter prédio aqui".

As suspeitas quanto a honestidade do órgão municipal levaram os moradores a requerer a interferência do Ministério Público, para que fiscalize a atuação da SEHAB neste caso.

A atuação de alguns funcionários do CONDEFAAT, onde está sendo analizado o tombamento do bairro, também foi considerada suspeita: apesar da indignação demonstrada pelo assessor da Secretaria da Cultura, ex-morador do bairro, e do próprio presidente do  CONDEFAAT, para quem o loteamento original inteiro tem de ser tombado, "é um absurdo as pressões das pessoas que estão conduzindo a decisão do Conselho no sentido de estar facilitando a vida desses incorporadores, oportunistas que não querem considerar nenhum direito que a gente tem sobre o loteamento".

Para o Sr. Fava Jr. há uma clara violação de direito neste caso: "O que a gente quer é preservar um bairro que foi concebido e que tem um valor pelas características que estão definidas na escritura". 

A luta continua ...

Segundo o Sr. Fava Jr., somente a mobilização popular conseguirá impedir a construção do prédio, e citou como exemplo a construção de duas torres na rua Plínio de Moraes: "naquela região todos estão indignados com a existência daquele prédio, e isso aconteceu por que o dinheiro falou mais alto e não teve quem se mobilizasse naquela ocasião". Decididos a que o fato não se repita, os moradores mostram-se dispostos a lutar para garantir os seus direitos.

"A batalha simplesmente está começando", afirmou o Sr. Fava Jr: "nós vamos para a Justiça e não vamos deixar esse prédio sair". Se tudo falhar, os moradores prometem revezar-se frente ao estande de vendas e alertas os interessados da situação irregular do empreendimento.

Leia também: Moradores da Rua Guaçú não querem ser vizinhos de um prédio residencial.

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