Quem autorizou a derrubada de árvores no Jardins?
Outubro 12, 2001

A derrubada de sete árvores na esquina da Alameda Jaú com a Praça Alexandre de Gusmão ( veja uma foto da praça ) provocou indignação e confusão no domingo passado (leia).

Vista da Praça

A esquina da praça, com algumas árvores ainda de pé.

A esquina, hoje

Um close do desmatamento

Apesar das suspeitas de todos os que testemunhavam o corte quanto à legitimidade do procedimento, as árvores foram derrubadas com a devida autorização, concedida através do Termo de Compromisso Ambiental TCA-005/2001, outorgado pelo DEPAVE (Departamento de Parques e Áreas Verdes), órgão da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, em 18 de julho deste ano e publicado no Diário Oficial no dia 28 do mesmo mês.

Segundo o Sr. Cícero, coordenador do DEPAVE-GNC, a autorização foi concedida em total concordância ao estabelecido na Lei 10.365/87, que prevê o corte de árvores quanto estas estiverem causando danos ao patrimônio. O condomínio alegou, ao solicitar a autorização, que o enraizamento estava danificando a caixa d'água do edifício, o que foi constatado pela inspeção do DEPAVE. Segundo o Sr. Cícero, as raízes dessa espécie, Ficus, são muito agressivas.

Questionado quanto ao fato da árvore já estar lá antes da construção do edifício, o Sr. Cícero afirmou que "não ha referencia, no processo, a que o prédio tenha sido construído antes ou depois da arvore".

O Termo de Compromisso Ambiental obriga ao edifício a plantar -em um prazo de seis meses após a publicação do TCA no Diário Oficial- três árvores nativas com raízes não agressivas, no local ou nas proximidades, e a fornecer oito exemplares, e seus respectivos protetores metálicos, para o Viveiro Manequinho Lopes (no Parque do Ibirapuera), que serão plantadas pela Regional de Pinheiros. Só? Segundo o Sr. Cícero, a Lei prevê que caso as árvores cedidas não sejam replantadas no local, o requerente deverá doar duas mudas para cada árvore cortada.

O DEPAVE negou, segundo o Sr. Cícero, o corte da mais onze árvores, que deverão ser preservadas pelo condomínio.

Questionado quanto ao fato da operação não ter sido acompanhadas por técnicos do DEPAVE, o Sr. Cícero explicou que somente em caso de transplante, quando possível, técnicos do DEPAVE supervisionam a operação, para tentar garantir a preservação dos exemplares, mas em caso de corte, que implica na morte dos exemplares, não há acompanhamento por parte do Departamento.

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