Manifestação contra o barulho mobiliza comunidade da Vila Olímpia
Março 06, 2005

Neste sábado, dia 05, moradores da Vila Olímpia e arredores se reuniram para protestar contra a poluição sonora gerada pelas casas noturnas da região nos fins de semana. Eles mostraram que também sabem fazer barulho: caminhão de som, apitos e faixas faziam a mensagem ser ouvida e entendida por aqueles que passavam pela rua das Olimpíadas. A manifestação foi organizada pela associação Vila Olímpia Solidária (VOS) e contou com o apoio de diversas outras associações, como a Sabron (do Brooklin Novo) e o movimento Vila Madalena Solidária.

“Não agüentamos mais essa situação. Esse bairro é nosso, nós compramos nossas casas”, afirmou Valkquiria Figueiredo, presidente da VOS. O protesto serviu também para demonstrar o apoio dos moradores à subprefeitura de Pinheiros, que nas últimas semanas fechou os bares Bazzi e MonteCristo. Este último, no entanto, já obteve ordem judicial para reabrir. A juíza Maria Lúcia Pezotti, que concedeu a liminar favorável ao estabelecimento, foi um dos principais alvos de reclamação dos manifestantes.

Os representantes de associações de bairros e líderes comunitários alegam que a Justiça se mostra condescendente com o funcionamento de estabelecimentos ilegais. “A gente não tem informação de sequer uma danceteria legalizada”, disse Ernani Coelho, diretor jurídico da Vila Olímpia Solidária. “Oitenta por cento do tempo da reunião do Conseg são dedicados à questão do barulho”, completou Luis Duraes, presidente do Conseg Monções.

Os problemas relacionados às casas noturnas da região não se resumem ao barulho, no entanto. Os moradores dizem que a prostituição infantil aumenta cada vez mais, bem como o tráfico de drogas. Além disso, o trânsito nas ruas em que esses estabelecimentos se localizam fica muito prejudicado. “É um caos. Se eu volto para casa à meia-noite, não consigo entrar com o carro na garagem”, afirmou Vera Lúcia Jarussi, moradora do bairro.

Como prova de que a questão dos bares e danceterias não é problema apenas dos moradores, representantes do Movimento Colméia, que reúne estabelecimentos comerciais, inclusive do ramo hoteleiro, apoiaram a manifestação. Eles alegam que os hóspedes de seus hotéis não conseguem dormir e que os ônibus fretados têm dificuldades de deslocamento, já que as ruas da região ficam intransitáveis.

Os representantes da comunidade fazem questão de salientar, entretanto, que não querem acabar com a vida noturna do bairro, mas regularizá-la e ordená-la. “Não somos contra a vida noturna, somos a favor da vida noturna legalizada”, disse Luis Duraes.

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