Secretaria de Segurança promete tratar com carinho desativação das carcaregens nos distritos da Zona Sul
Novembro 22, 2001
O
Dr. Mário de Magalhães Papaterra Limongi, Secretário Adjunto da Secretaria
de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo, recebeu hoje uma
comissão liderada pelo Deputado Estadual Jorge Caruso e pelo Vereador
Antônio Goulart, ambos do PDMB, para prestar esclarescimentos sobre a desativação
das carceragens dos Distritos Policiais na Zona Sul da cidade.
A solução ao problema passa pela construção de novos Centros de Detenção Provisória. Mas a grande dificuldade em construir novos CDPs está em achar terrenos apropriados: "Encontramos um terreno ideal na Raposo Tavares, e negociamos com a Prefeitura a construção de um CDP que desativaria a carceragem de pelo menos dois Distritos. A Prefeitura fez uma consulta com a população, que preferiu construir creches no local".
O Dr. Papaterra, após afirmar que "está havendo um movimento interno de fechado para semi-aberto muito grande", disse acreditar "que até o fim do ano será possível anunciar que não vai ter mais nenhum preso em regime semi-aberto em Distrito Policial". Há, hoje, quase 800 presos nessas condições, numa população carcerária de aproximadamente 100.000 detentos. Infelizmente, disse o Dr. Papaterra, a maioria dos presos respondem por delitos mais graves: "a afirmação, constantemente repetida, que a população carcerária é uma população que não devia estar presa é um mito".
Ao ouvir a afirmação que a desativação do Carandiru criaria quase mil vagas, o Deputado Caruso questionou: "Não seria melhor suspender a desativação do Carandiru e preencher essas vagas com os presos que hoje estão nos Distritos?". O Dr. Papaterra explicou que um presídio com 7.000 presos é "inadministrável: quem administra são os próprios presos", o que acaba fortalecendo grupos como o PCC.
A construção de novos Centros de Detenção Provisória, as quase mil vagas que abrir-se-ão com a desativação do Carandiru, e a devolução por parte da FEBEM da unidade de Parelheiros tornarão possível a desativação, ou pelo menos a diminuição da população carcerária, em muitos Distritos já nos primeiros meses do próximo ano. Apesar de ser pressionado por todos os lados, já que ninguém gosta de ter um Distrito com presos na sua vizinhança, o Dr. Papaterra prometeu tratar "com carinho" os Distritos da Zona Sul.
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