Segurança em Santo Amaro: cresce o número de homicídios, seqüestros relâmpago e roubos a banco na região.
por Vivian Palmeira
Março 13, 2007

Segundo informou o capitão Ben-Hur Araújo Junqueira Neto, Capitão da 1ª Cia do 22º Batalhão da Polícia Militar, na última reunião do Conselho Comunitário (CONSEG) da região, só no mês de fevereiro aconteceram sete homicídios na região de Santo Amaro, entre eles o de um policial. Nos últimos 15 dias houve crescimento no número de roubos a banco e os seqüestros relâmpago estão cada vez mais comuns.

Recentemente foi roubado o banco Nossa Caixa da avenida Adolfo Pinheiro, próximo à estátua do bandeirante Borba Gato. Segundo o capitão Ben-Hur, até a semana passada a agência não possuía sistema de câmeras, o detector de metais da porta não funcionava e apenas dois vigilantes trabalhavam no local. “Era um posto que transformaram em uma agência, colocaram uma quantia muito grande de dinheiro lá e o que aconteceu? Assalto”, explica o policial.

No cadastramento das agências bancárias da região constatou-se que o número de bancos subiu de 57 para 63. Para que novos assaltos não aconteçam a polícia vem tomando medidas e incentivando a prevenção. Além das rondas bancárias, realizadas diariamente, os agentes procuram conversar com os gerentes das agências e orientar quanto aos cuidados com a segurança. “A ronda bancária não é a solução, porque não existe delito que não seja planejado. O bandido, quando entra em uma casa, sabe o que tem lá dentro e onde a pessoa é vulnerável. O planejamento do crime muitas vezes é feito na cara da pessoa”, alerta o capitão Ben-Hur.

A mesma situação acontece em casos de seqüestro relâmpago. O capitão conta que são comuns situações em que o crime ocorre por falta de atenção das pessoas. “Aquela pessoa que foi seqüestrada, que teve seus R$ 2 mil reais sacados no banco, será que ela não estava desatenta atendendo ao celular?”.

Para o capitão, cada indivíduo também é responsável por sua segurança. O problema é que a maioria segue o ditado: “Depois da porta arrombada coloca-se o cadeado”. Como medida preventiva ele orienta que as pessoas tomem mais cuidado na hora de estacionar, quando forem sair do carro ou atender ao telefone celular. “Se for pensar bem, todos nós somos culpados por uma série de coisas. Só que a polícia entra com a segurança a partir do momento que acaba a responsabilidade individual de cada um”.

O capitão Ben-Hur tem proferido palestras e transmitido algumas orientações que podem auxiliar no cuidado com a própria segurança. “São medidas simples, mas que as pessoas acabam não fazendo por uma série de comodidades”, diz.

A idéia é repassar essas recomendações ao maior número possível de pessoas. Para isso, os soldados também estão sendo treinados e em um diálogo simples conseguem transmitir as medidas preventivas. As orientações também podem ser adquiridas de outras maneiras. “Não precisar ser no bigode-a-bigode (referindo-se ao diálogo cara-a-cara), pode ser através de e-mail, uma carta”, explica o capitão.

Ele também recomenda que as pessoas sejam mais seletivas com as informações que recebem e diz que o famoso “ouvi dizer” é o grande responsável pela crise de insegurança na sociedade. “Eu conheço muita gente que nunca teve um grampo de cabelo roubado, não foi acometida de delito algum, mas o clima de insegurança que ela vive é tão grande que é como se ela tivesse sido vítima”, conta.

O capitão garante que a polícia é a maior interessada em em resolver os problemas de segurança. “Nós temos duas vezes mais vontade de que as coisas mudem. Não só porque trabalhamos com segurança, mas também porque quando tiramos a farda também somos cidadãos comuns como todos”.

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