Partiu rumo a Bom Jesus de Pirapora a tradicional Romaria dos Cavaleiros
Maio 28, 2005

Partiu do Largo Bonneville (antigo Largo São Sebastião, no bairro de Santo Amaro, zona sul) rumo à cidade de Bom Jesus de Pirapora a tradicional Romaria de Cavaleiros, que este ano celebra sua 85ª edição. Luis Antonio da Silva Araújo (Luizão), vice-presidente dos Cavaleiros do Senhor Bom Jesus de Pirapora, estimou que os aproximadamente 300 cavalheiros, charreteiros e ciclistas que participaram do evento chegarão ao seu destino aproximadamente às 21 horas.

No domingo, em Pirapora, será realizada uma missa cantada e uma procissão em homenagem ao Senhor Bom Jesus de Pirapora. A comitiva retorna à cidade de São Paulo na segunda-feira.

A história da romaria

Segundo o Dr. Alexandre Moreira Neto, presidente do Centro das Tradições de Santo Amaro, que durante dez anos também foi presidente dos Cavaleiros, "há documentos que datam do século XIX, dentre eles o diário de Adolfo Pinheiro, que mencionam a romaria. O santamarense aproveitava o dia do Bom Jesus de Pirapora para ir lá e agradecer a safra, que terminava em junho".

Em 1920 tinha acabado a gripe espanhola, que deixou mais de 20 milhões de mortos no mundo todo. São Paulo também sofreu os efeitos da epidemia. Mas em Santo Amaro, que ainda era um município independente, houveram poucos casos fatais, "talvez um ou dois". Um grupo de 4 jovens comerciantes, liderados por Cenerino Branco de Araújo, resolveu então fazer uma penitência, indo a cavalo até Bom Jesus de Pirapora. 

Por que Bom Jesus de Pirapora?

Alexandre Moreira Neto conta que no fim do século XVII a igreja de Nossa Senhora das Dores, em Bariri (interior do Estado de São Paulo) foi saqueada. Parte do saque da igreja, onde ficavam armazenadas as imagens que serviriam para futuros aldeamentos, foi jogada pelos assaltantes no rio Tietê. Um dos objetos jogados no rio, uma imagem de 1,70 metros de altura, apareceu no começo do século XVIII nos saltos de Pirapora, cujo nível tinha descido abruptamente devido à estiagem.

Após retirada do rio, a imagem foi guardada em um paiol de milho, que pegou fogo. A imagem, entretanto, nada sofreu. Resolveram, então, leva-la para Santana de Parnaíba, onde ficava a cúria da região. Mas ao chegar ao Descanso, "um lugar que existe até hoje", o carro de bois que levava a imagem atolou. "Nem com mais duas parelhas de bois conseguiram desatolar o carro", segundo o Dr. Alexandre. Foi nesse momento que um mudo que passava no lugar falou: "Não adianta levar a imagem pra frente que ela quer ficar aqui". Surgiu aí a fama de milagreiro do santo. A imagem retornou, então, a Pirapora, e está guardada até hoje no museu da cidade.

Luis Antonio da Silva Araújo (Luizão) confirma a fama do santo: "todo peregrino que vai a Pirapora recebe alguma graça". Questionado se ele também foi agraciado, responde: "o que a gente gasta em Pirapora nunca fez falta; quando a gente volta ganha dobrado. Sempre foi assim".

Fotos dos romeiros
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José Gonçalves (Zé Pretinho) Luis Antonio da Silva Araújo (Luizão) Alexandre Moreira Neto Ricardo Amaral Couto e Luizão
José Gonçalves (Zé Pretinho),
presidente dos Cavaleiros
Luis Antonio da Silva Araújo (Luizão) e seu "burro", Goiano Alexandre Moreira Neto Ricardo Amaral Couto e Luizão
Luis Antonio da Silva Araújo (Luizão), Alexandre Moreira Neto, José Carlos Pugliano Júnior Laura Gabriel, Pablo e Philip
Em sentido anti-horário, Luis Antonio da Silva Araújo (Luizão), Alexandre Moreira Neto, José Carlos Pugliano (representante do subprefeito de Santo Amaro) e um romeiro Júnior Laura Gabriel, Pablo e Philip

João da Mata e seu touro Canário

Pablo

Vanessa

Isaura e Meire

João da Mata e seu touro Canário

Pablo

Vanessa

Domingos Alberto dos Santos Damião Moraes, o locutor dos romeiros Jair Pedroso Ramos Zé Pretinho tocando o berrante
Domingos Alberto
dos Santos
Damião Moraes, o
locutor dos romeiros
Jair Pedroso Ramos, comandante da Guarda Civil de Campo Limpo, e um maratonista Zé Pretinho chama, com o berrante, os cavaleiros

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