Quatro meses de Governo Marta Suplicy: Poluição Visual
Maio 01, 2001
No dia primeiro de maio o Governo de D. Marta Suplicy completou quatro meses. Nesse dia saímos às ruas de São Paulo para constatar a veracidade de uma das promessas de campanha do seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT), amplamente difundida na imprensa:
Com a herança deixada por Celso Pitta sabia-se que não ia ser fácil. Mas o Partido dos Trabalhadores assumiu a administração da Cidade de São Paulo prometendo limpar a cidade, e fez questão de divulgar amplamente na imprensa tal intenção. Quatro meses depois, como está a zona sul de São Paulo?
As inovações
Muitos publicitários estão sempre à procura de novas formas de agredir o paulistano. Os outdoors ambulantes -uma novidade exclusiva da atual administração- começaram a pipocar, a partir do mês de fevereiro, em várias ruas e avenidas da cidade. O paulistano, que já conta com poucas vagas de estacionamento, tem agora de dividir o espaço com estes trambolhos na hora de estacionar o carro.
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Outdoor ambulante na rua Américo Brasiliense, Chácara Santo Antônio | Outdoor ambulante na Av. Faria Lima, Itaim Bibi. Um papel colado dava instruções sobre como anunciar. |
Registros fotográficos obtidos no dia 01 de maio de 2001 |
Incentivada por quatro meses de descaso, uma conhecida empresa européia de alimentos está instalando em peruas e vans escolares propaganda nos vidros traseiros, amparada em uma suposta taxa de "50% de luminosidade". No governo Pitta rapidamente teriam-se tecido suspeitas de corrupção envolvendo este tipo de autorização, que até coloca em risco a segurança das crianças transportadas.
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Registro fotográfico obtido no dia 21 de maio de 2001 |
As colunas de Dona Marta
Durante o governo Pitta, as colunas de São Paulo foram tomadas de assalto pelos lambe-lambe e pelas imobiliárias, anunciando sua presença nos bairros da Zona Sul:
As colunas do Pitta |
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Registro fotográfico obtido em 18 de Abril de 2000 |
Após quatro meses de iniciada a "guerra à sujeira e poluição visual", qual a situação das colunas da Zona Sul?
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Registros fotográficos obtidos no dia 01 de maio de 2001 |
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Após quatro meses de governo de Dona Marta Suplicy, a democratização chegou também às colunas de nossa sofrida cidade, que compartilham propaganda de recursos de multa, planos de saúde, búzios, tarot, pátina, mudanças, cursos de idiomas, recuperação de fitas e de qualquer um que deseje divulgar seus serviços sem ser incomodado.
As faixas do Governo Marta Suplicy
No Governo Pitta a cidade parecia mumificada, de tanta faixa. Eis a situação da Zona Sul após quatro meses sendo "implacável com a questão da poluição visual":
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Nada como o mau-exemplo: os Governos do Estado e do Município são os primeiros a promoverem a sujeira visual, autorizando a instalação de centenas de faixas e banners sob pretexto de divulgar eventos de interesse social, comunitários ou de qualquer outra natureza (NR: a Lei não estabelece exceções). Nem os cartões postais de São Paulo, como o Monumento aos Bandeirantes, estão à salvo do ataque, patrocinado, neste caso, pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente ( ! ) e até pelo Governo Federal. | |
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Acima, uma escola anuncia um evento supostamente comunitário -com o apoio da Regional de Cidade Ademar, e o escudo da PMSP- no dia 25 de abril. Só que o registro fotográfico foi efetuado no dia 5 de maio. Nada com ser amigo dos administradores de turno para burlar a Lei e exibir propaganda gratuita sem ser incomodado. |
Incentivados por aqueles que supostamente deveriam zelar pelas Leis mas são os primeiros a pisoteá-las, os comerciantes seguem o exemplo:
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Registros fotográficos obtidos no dia 01 de maio de 2001 |
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A faixa acima, a esquerda ("Adesivamos perua de lotação), é um caso à parte: instalada há menos de 50 metros da porta de uma Administração Regional, está lá há pelo menos duas semanas. |
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As empresas que efetuam este tipo de divulgação não previram o paraíso em que se transformaria São Paulo (para elas) e utilizaram materiais inadequados. A faixa acima, fotografada em março 16 de 2001 (à esquerda), no cruzamento da Av. Juscelino Kubitscheck com a Bandeira Paulista, permanecia lá, rasgada devido ao desgaste provocado por uma exposição tão prolongada, no dia 01 de maio de 2001 (à direita). Quarenta e cinco dias de exposição a um custo ínfimo, sem sofrer qualquer conseqüência? |
Os muros de Dona Marta
Poucos são os muros que se salvaram da selvageria promovida pelos que ganham seu sustento -sem fornecer Nota Fiscal nem pagar qualquer tipo de imposto- com esta atividade. A impunidade é tanta que muitos divulgam mensagens de advertência: "Se apagar, voltarei" (foto abaixo), "Propriedade de Luis King", "Se apagar, o bicho vai pegar". Para Rui Falcão, Secretário de Governo da Prefeitura Municipal de São Paulo, a mudança no comando da prefeitura trouxe, finalmente, "autoridade na cidade". Nós é que perguntamos: autoridade de quem? Do Sr. Medley e seus colegas?
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Registros fotográficos
obtidos no dia 01 de maio de 2001, |
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No dia 6 de maio, às 11h45, dois rapazes pintavam tranqüilamente, sem serem incomodados, o muro em questão. Estiveram várias horas no local. |
Os lambe-lambe continuam atuando como se nada tivesse acontecido, colando milhares de cartazes de divulgação de shows e eventos. Já que dá muito trabalho recolher o papel que rasgam ao colocar novos cartazes, as calçadas transformam-se em verdadeiros lixões, com restos de papel por todo lugar. Que há ventania, sai papel voando para todo canto, colocando em risco os motoristas que transitam no local.
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Rua Barão do Rio Branco, Santo Amaro. | Av. Faria Lima, Itaim Bibi |
As esquinas de São Paulo
A atual administração conseguiu o impossível: piorar o caos provocado por Celso Pitta e sua equipe. As esquinas de São Paulo são invadidas, todo final de semana, por milhares de cavaletes anunciando lançamentos imobiliários. O absurdo chega a tal ponto que, na falta de espaço, colocam-se cavaletes empilhados (mais uma exclusividade da atual administração). Nada é respeitado: em cruzamentos de risco, o canteiro central é impunemente invadido para instalar o cavalete, obstruindo a visão dos motoristas (foto abaixo, à direita).
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Registros fotográficos obtidos no dia 01 de maio de 2001, exceto o dos cavaletes empilhados, obtido no dia 6 de maio de 2001. |
Segundo reportagem publicada no dia 5 de março de 2001 pelo jornal O Estado de São Paulo (leia), este abuso é tolerado pela Prefeitura, que "após suspender a o processo de autorização da distribuição de panfletos e instalação de placas ... capitulou. E teve uma surpresa: em janeiro houve arrecadação recorde para o mês nos últimos sete anos". Cadê o compromisso de campanha do Partido dos Trabalhadores?
Os outdoors de Dona Marta
Segundo noticiado na imprensa pela atual administração, há milhares de outdoors irregulares. Só que dona Marta é a primeira a utiliza-los: o registro fotográfico -obtido no dia 5 de maio de 2001- mostra um outdoor na Av. Euzébio Matoso sem identificação da empresa anunciante, sem CCM nem CADAN. Totalmente irregular.
Vale lembrar que em reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo em 10 de Abril de 2001 (leia) sobre a campanha da Prefeitura contra outdoors irregulares, Cláudio Pereira, diretor-executivo da Central de Outdoor, qualificou a mesma como "um factóide" afirmando que a intenção "é criar um barulho para os cem dias de governo". Você em quem acredita: em dona Marta -que diz combater os outdoors irregulares, mas se utiliza deles- ou no Sr. Cláudio Pereira?
Oito meses depois
No dia 01 de Setembro de 2001 retornaremos, para verificar se a promessa do Sr. Secretário de Habitação, de limpar a cidade em oito meses, foi cumprida. Até o momento, pouco parece ter mudado em nossa cidade.
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