Monique L. S. Rouquet quer prestar sua "singela homenagem à Padaria Gêmel"
Março 27, 2006.

Moro no mesmo quarteirão onde está localizada a unidade do Alto da Boa Vista da Padaria Gêmel. O que deveria ser motivo de satisfação – pãozinho quentinho a dois passos de casa – é na realidade uma verdadeira tortura. Muito mais do que produtos de panificação, naquele estabelecimento pode-se encontrar uma total falta de respeito para com a vizinhança, bem como a não observância de leis, que existem para que possamos sobreviver nesta “selva de pedra” que é São Paulo. O problema desta selva não são as pedras, mas os animais que nela habitam.

O(s) proprietário(s) da Padaria Gêmmel se julga(m) acima de tudo e de todos, inclusive das leis. Há alguns anos, resolveram melhorar o calçamento do estacionamento do estabelecimento e exatamente às 21 horas iniciava-se a quebradeira por meio de picaretas. Isso para não afugentar os fregueses (lá não existem clientes, são fregueses!). De nada adiantaram nossas reclamações. Por estes dias, decidiram colocar umas estruturas de metal na parte externa do estabelecimento e, adivinhem... As obras nunca se iniciavam antes das 21 horas, e seguiam madrugadas adentro, impedindo a vizinhança de dormir. Reclamei uma vez e a gentil resposta foi que estavam em obras o que sempre incomodava um pouquinho... Sim! Sem dúvida! Obras sempre incomodam. E o que dizer de obras durante a madrugada?!?!?! Reclamei pela segunda vez – ressaltando que as reclamações tinham que ser feitas logo no início das atividades, já que o(s) proprietário(s) e seus asseclas, abandonavam o local e iam para o silêncio de seus lares após um árduo dia de trabalho – e ouvi estas exatas palavras: “OS INCOMODADOS QUE SE MUDEM!" Não gostei desse verbo assim conjugado. Prefiro ir até as últimas conseqüências para mudar as coisas que não estão corretas. NÃO VOU ME MUDAR! Mas vou mudar as coisas!

No sábado, 18 de Março, a barulheira infernal, sem limites, seguiu madrugada adentro sendo necessária a intervenção da polícia. A Lei Municipal 11.804 em seu Art. 3° é claríssima, sres. proprietários da Gêmel, que orgulhosamente, sem o menor escrúpulo, se gabam aos comerciantes da redondeza, de haverem efetuado as obras no período noturno pois a poeira prejudicaria a comercialização de seus produtos no horário normal de funcionamento. Fechar o estabelecimento por uns dias, como faria qualquer pessoa decente, que tivesse um mínimo de respeito ao próximo e as leis, para a execução das obras? Nem pensar! Implicaria em prejuízo financeiro e eles se julgam espertíssimos. Quanto a nós, vizinhos... Azar o nosso!

Infelizmente a maioria dos “fregueses” da Gêmel não mora nas proximidades, de forma a perder noites de sono por conta das obras do Sr. José. Mas farei com que saibam que seriam tão desrespeitados como nós temos sido. Seja através dos meios de comunicação, seja batendo de porta em porta no bairro. Eu já não compro nesse estabelecimento há anos, por outras razões que nem vou mencionar, mas de gravidade ainda maior que os fatos aqui citados Confesso que saí ganhando! Ando dois quarteirões e posso obter um paõzinho muito mais saboroso, ser tratada com cordialidade e simpatia. Para minha felicidade, sempre encontro alguns vizinhos comprando na outra padaria mais distante. Ainda bem! Quer dizer que não sou a única mártir da Gêmel, ou que, melhor ainda, mais gente não se rende à falta de respeito.

Não caberia a Prefeitura Municipal averiguar os fatos e punir os culpados? Inclusive a empreiteira que se dispôs a efetuar as obras em horário não permitido? E três HURRAS a Gêmel e seus proprietários, capazes de fazer triunfar a ganância em detrimento ao respeito e ao cumprimento das leis!