Secretaria
de Finanças explica o Orçamento Municipal e o Processo Orçamentário Durante
as reuniões públicas de discussão sobre a implementação do Orçamento
Participativo em São Paulo, representantes da Secretaria de Finanças da
Prefeitura Municipal de São Paulo apresentaram a situação econômico-financeira
do município e as características do processo orçamentário. O orçamento de 2.000 O quadro a seguir não traz rigor formal, serve apenas para apresentar mais claramente as receitas e despesas do município.
A
Receita prevista (oito bilhões de Reais) pode parecer muito, mas é
insuficiente considerando a complexidade e o tamanho da cidade de São Paulo. O
pagamento de Dívidas é obrigatório, resultado de um acordo feito na
Administração anterior, que compromete durante trinta anos, 13% da receita líquida
da Prefeitura: "Por que pagar essa dívida se há tanta coisa importante
para fazer em São Paulo? Porque esta dívida foi negociada e foi firmado um
contrato que nos obriga a este pagamento. Se não pagarmos, o Governo Federal
pode seqüestrar recursos que são transferidos para São Paulo, como por
exemplo os recursos do Fundo de Participação dos Municípios.” "Os
precatórios, feitos na gestão de Paulo Maluf, são, por exemplo,
despesas com desapropriação de
casas para construir estradas". "Esse dinheiro foi utilizado para
execução de obras faraônicas, e os precatórios continuaram sem pagamento até
hoje". A intenção da Prefeitura é pagar, ainda este ano, parte deste
montante e negociar o restante em um prazo mais longo. Os
programas sociais compreendem o programa de renda mínima, o banco do povo e o
bolsa trabalho; todos esse projetos fazem parte da plataforma com a qual a
Prefeita Marta Suplicy foi eleita e são muito importantes para o combate à
exclusão social. O
item "atividades" compreende diversos serviços municipais: manutenção
de escola, postos de saúde, coleta de lixo, etc. A atual Administração
prometeu negociar os contratos (muitos dos quais têm custos acima do mercado),
na tentativa de reduzir esses custos. Pelo
que se percebe do demonstrativo, há um desajuste entre a receita e a despesa.
Como não se pode gastar mais do que se arrecada, há uma necessidade de cortar
algo em torno de 2 bilhões de despesas. O que cortar? "Você não pode
cortar folha de pagamento, cortar dívida, mas podemos tentar
negociar o pagamento dos precatórios. As despesas não pagas em 2.000, a
princípio, tiveram de ser canceladas, por força da
Lei de Responsabilidade Fiscal. Está se estudando uma forma de pagá-las
na medida do possível. Infelizmente,
também será necessário reduzir o valor de projetos (investimentos) para este
ano, pois o previsto é impraticável. O
ajuste que tem de ser feito é "muito
complicado" pois implica sacrifícios para a cidade. Nesse sentido é
"essencial para a cidade" a discussão junto à comunidade sobre
diretrizes orçamentárias. Dessa forma, planejando o futuro, é possível
buscar um caminho que nos permita sair dessa difícil situação financeira e
que represente crescimento para São Paulo. O
Processo Orçamentário Também
foi explicado o processo orçamentário, que está dividido em três
instrumentos. O
Plano Plurianual (PPA) estabelece as metas para os próximos quatro anos. Uma
meta pode ser, por exemplo, acabar com o analfabetismo, ou reduzir o déficit
habitacional em 30 por cento. É elaborado no primeiro ano do mandato e tem vigência
até o primeiro ano do mandato seguinte. A
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ajusta as metas ao orçamento do ano,
fazendo a ponte entre o longo prazo e o exercício do ano. "Na LDO são
estabelecidas as prioridades para orçamento
do ano, e a LDO apresenta as diretrizes para o ano. Se, por exemplo, quero
cumprir com a meta de acabar com o analfabetismo, então a LDO vai ter que priorizar o ensino
infantil e o ensino fundamental, garantindo o investimento necessário e
adequado para atingir essa meta. Se minha prioridade é diminuir o déficit
habitacional, precisa constar na LDO como prioridade a habitação popular". A
Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento propriamente dito, que traz a
previsão de receitas e fixação das despesas de um exercício. "Se minha
meta é acabar com o analfabetismo, e minha prioridade é o ensino infantil e
fundamental, meu orçamento deve conter recursos para a construção de mais
escolas infantis e para a contratação de mais professores do ensino infantil e
do fundamental". A atual Administração tem, as seguintes diretrizes básicas
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