Ameaça de fechamento da Escola Estadual Martin Francisco leva manifestantes ao centro
Dezembro 18, 2004

Uma manifestação em frente à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, na Praça da República, reuniu nesta sexta-feira, dia 17, professores, alunos, pais e integrantes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo. Eles protestavam contra o fechamento de diversas escolas, entre as quais está a Escola Estadual Martin Francisco. A prefeitura de São Paulo propõe a troca do terreno do colégio, na Vila Nova Conceição, por dois outros terrenos, no Jaguaré. Isso levaria à demolição da escola e ao remanejamento de quase 1500 alunos. 

Com faixas, carros e caminhões de som, os manifestantes exigiam ser recebidos por um representante da Secretaria da Educação do Estado. Segundo Edgar Fiuza, assessor de gabinete da Secretaria, somente seriam recebidas as escolas que já tinham marcado reunião anteriormente, fato que gerou nova onda de protestos. 
Um dos pontos chave na questão do fechamento da Escola Estadual Martin Francisco está no fato de que o terreno em que ela se localiza é de propriedade da Prefeitura de São Paulo. A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado informa que o governo tenta negociar a permanência do colégio. A Prefeitura, no entanto, continua irredutível. A votação do projeto de lei que propõe a troca dos terrenos já foi adiada duas vezes e entrará novamente na pauta da Câmara dos Vereadores na segunda-feira, dia 20 de dezembro. 

Carlos Ramiro de Castro, presidente do Sindicato dos Professores, afirma: “Falta empenho da Secretaria de Educação do Estado. O (secretário) Gabriel Chalita já aceitou o pedido de devolução do terreno. Se isso acontecer, serão 1500 alunos que irão superlotar outras escolas”. A assessoria de imprensa da Secretaria desmente essa informação e diz que a questão ainda não está decidida. 

A principal alegação da Prefeitura de São Paulo para a permuta de terrenos seria a ociosidade da escola. Para a administração municipal, os outros colégios da região teriam plena capacidade de atender os alunos remanejados. A Secretaria de Educação do Estado confronta a alegação de ociosidade e afirma que o número de alunos se manteve estável nos últimos anos (em torno de 1400 matrículas). Cirlene Moreira, presidente da Associação de Pais e Mestres e mãe de um aluno da escola Martin Francisco, diz: “As outras escolas da região já entraram em contato com a gente, dizendo que não há vagas”.

Os alunos presentes à manifestação reclamam do desencontro de informações: “Ninguém sabe onde vai estudar no ano que vem. O Estado diz uma coisa, a Prefeitura diz outra”. Por conta da indecisão, a Escola Estadual Martin Francisco não abriu matrículas para o próximo ano letivo.

Leia também: Você trocaria um terreno na Vila Nova Conceição por dois no Jaguaré? É o que Marta Suplicy pretende para acabar com a Escola Estadual Martin Francisco.

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