O Delegado Geral de Polícia, Marco Antonio Desgualdo, aborda questões de segurança pública
Abril 12, 2006

Marco Antonio Desgualdo, Delegado Geral de Polícia do Estado de São Paulo, abordou diversos assuntos referentes à segurança pública na última reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) do Itaim Bibi.

Para Desgualdo, "as coisas estão indo bem" na área de segurança pública. Houve uma redução de quase 50% na taxa de homicídios em São Paulo. "Quantas vidas nós salvamos?", questionou. Citou também os 140 mil criminosos detidos nas penitenciárias do Estado: "Quem é que prende? O camarada não cai de pára-quedas em cima de um presídio", explicou.  Desgualdo exemplificou as conquistas na área de Segurança Pública através do trabalho feito em "pontos críticos", como o Jardim Ângela, onde "o homicídio caiu vertiginosa e homogeneamente". O trabalho foi até reconhecido pela UNESCO, cujo presidente -em uma reunião celebrada na FIESP- elegeu São Paulo "como o modelo a ser seguido pelos outros estados da Federação".

Mas "isso não foi divulgado [pela imprensa]", disse, e citou como exemplo da falta de divulgação de fatos positivos sobre a polícia por parte da imprensa o ataque a uma delegacia na cidade de Suzano ("que faz parte da periferia") no dia 7 de abril: "a polícia respondeu, quatro bandidos foram mortos e os outros estão sendo presos". Mas essas informações não chegam à população já que "alguns da imprensa muitas vezes não publicam notícias positivas. Há editoriais, críticas até ácidas, contundentes, com a polícia", mas a resposta da polícia não foi divulgada. E a resposta da polícia é uma resposta forte, inspirada nas palavras do governador Geraldo Alckmin: "Só há dois caminhos em São Paulo para os criminosos: o cumprimento da pena na prisão ou o IML (Instituto Médico Legal)".

Desgualdo confessou sentir-se incomodado com a postura da imprensa, "porque a polícia trabalha. Tem de vir alguém de fora, da Espanha, um representante da UNESCO, reconhecer nosso trabalho e eleger São Paulo como modelo".  Desgualdo também citou a falta de divulgação do que considerou um fato relevante: "Nós constávamos como um dos primeiros lugares na relação do Estados Unidos no campo da pirataria. Mas no mês passado os Estados Unidos tiraram o Brasil da relação por causa de São Paulo, já que houve um trabalho forte" nesse sentido: "a polícia fez, o governo mandou o recados e os americanos tiraram [o Brasil da relação]".

Essas ações, segundo Desgualdo, ganham no máximo "uma nota, mas quando um policial faz algo errado aí sai estampado em primeira página". Desgualdo admitiu que a corporação -"cujo Delegado Geral, seja quem for, vai ter notas promissórias de trinta anos"- também tem problemas "como em todo lugar: nós temos aqueles mal-caráter, nós temos os canalhas, os vagabundos, mas isso faz parte, em todo lugar nós vamos encontrar. Mas também é certo", afirmou, "que a polícia tem o controle, e isso eu assino embaixo: uma corregedoria geral forte, além da fiscalização dos próprios delegados de polícia".

Desgualdo admitiu que "existem inúmeras dificuldades" na área de segurança pública, já que há "uma tendência do crime se implantar me determinadas regiões, e isso nós não podemos deixar acontecer e não aconteceu em São Paulo". Sem citar outros Estados, disse que "aqui, em São Paulo, não acontece o que acontece em outros lugares, porque nós agimos. Aqui, em São Paulo, não há um bandido com apelido ou com nome famoso, porque não prospera", afirmou: "Começa a colocar a cabeça para fora e ele já vai tomar uma paulada no meio da cabeça. Essa é a orientação. Esse é o discurso do governo, um discurso que resgatou a história da polícia, mas agora com a participação efetiva da sociedade civil".

Desgualdo afirmou ser "contra a idéia da unificação" das polícias, já que cada corporação tem suas próprias tradições, mas considerou "importante" a integração das polícias porque "há uma responsabilidade muito grande e queremos atender bem a população". Desgualdo também deu crédito ao trabalho da Prefeitura, das associações de bairro e da comunidade em geral.  "Nós temos um inimigo que é o crime. Se o povo estiver de nosso lado, não há inimigo que possa  nos vencer. Nós sabemos como tratar o criminoso, nós podemos dar a resposta, e  isso é importante", afirmou. Desgualdo disse que as polícias "despertaram para a sociedade civil" por obra do governador Franco Montoro: "Ele era um estadista e ele tinha essa opção". Como conseqüência, "nós, que somos servidores públicos, temos que nos aproximar do povo, nós temos que servir bem. Essa é a idéia", disse.

Por último, Desgualdo disse que a filosofia iniciada no governo de Franco Montoro influi até no desempenho do policial: "Hoje um investigador de polícia não esta sozinho. Quando ele troca tiro e ele acaba se ferindo ou ele acaba matando alguém, a chefia que se faz presente, e se ele estiver certo nós vamos até o inferno com o policial. Disso a gente não abre mão", afirmou.

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