HC recruta doentes psiquiátricos para com novos medicamentos
Junho 06, 2001

O Projeto Esquizofrenia – Projesq, do Instituto de Psiquiatria do HC está selecionando pessoas portadoras de esquizofrenia para tratamento com novos medicamentos: Ziprasidona, Quetiapina e Olanzapina, que prometem maior eficácia e menos efeitos colaterais que os antipsicóticos tradicionais.

O estudo será realizado por um período de 3 a 6 meses, e os interessados devem ter idade superior a 18 anos, não apresentar distúrbios mentais graves ou crônicos e ter disponibilidade para vir ao hospital uma vez por semana, em média. Serão aceitos também pacientes em tratamento com outros medicamentos.

O tratamento é gratuito e para triagem, entrar em contato com Débora ou Eli, do Projesq, telefone 3069 6971.

O que é esquizofrenia

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico crônico, que afeta 1% da população adulta, o que no Brasil significa cerca de 1,6 milhão de pessoas portadoras da doença. Estima-se que a cada ano, 80 mil brasileiros manifestarão o distúrbio pela primeira vez.

A doença surge geralmente no fim da adolescência ou início da idade adulta e é caracterizada por desorganização de diversos processos mentais, levando o portador a apresentar sintomas como delírios, alucinações, alterações do pensamento e da afetividade e queda de motivação.

De causa (ou causas) ainda desconhecida, a esquizofrenia é uma doença do cérebro com manifestações psíquicas, com base em fatores hereditários (parentes de esquizofrênicos têm mais chances de desenvolver a doença) e fatores ambientais, relacionados ao período de desenvolvimento embrionário do cérebro, que ocorre durante a gestação, parto e os primeiros meses de vida da criança. Se algo interferir nessa seqüência ordenada, o cérebro fica mais vulnerável ao desenvolvimento do distúrbio.

Importância dos medicamentos

Indivíduos esquizofrênicos apresentam alterações bioquímicas no cérebro, mais especificamente de neurotransmissores (dopamina e serotonina), que são substâncias químicas que levam informações de um neurônio para outro. Esse desequilíbrio seria responsável pela manifestação da doença.

Os medicamentos antipsicóticos atuam reequilibrando esses sistemas de neurotransmissão. Os resultados podem ser divididos em três níveis: cerca de um terço dos portadores de esquizofrenia apresenta boa recuperação da doença, não evidenciando quase nenhum sintoma e reintegrando-se socialmente. Já outro grupo (também cerca de um terço) apresenta recuperação parcial, existindo sintomas de leve intensidade que podem interferir no desempenho social. O último grupo (um terço) não se recupera adequadamente, necessitando de cuidados psicossociais permanentes.

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