Moradores da Granja Julieta denunciam mutilação de árvores em praça pública
por Mônica Joseph e Marc Zablith
Junho 03, 2004

A Prefeitura está devastando com uma sanha assassina a vegetação da Granja Julieta. As “podas” que tem feito em árvores sãs e adultas não deixam nenhum galho nos troncos, e o remedo de árvore que sobra no mais das vezes não tem uma folha sequer, não deixando à pobre coitada modos de respirar, relegando-a a uma morte lenta por asfixia. 

Observe a seiva escorrendo da árvore cortada, um claro sinal que árvore é sadia

Nesta semana do dia 31 de Maio, o estrago está sendo feito numa praça – a Praça do Pombal – com árvores plantadas pelos loteadores do local, onde um morador cuja casa não exibe uma árvore sequer, solicitou à Sub-Prefeitura o corte de duas árvores de grande porte próximos de sua propriedade.

Ora. Este é um patrimônio da comunidade que desfruta da Praça e da sombra e da vista das árvores, algumas com quase 100 anos e que ficam no entorno do pombal, que é um marco do bairro.

Há duas semanas, no entanto, participamos, juntamente com outras associações de bairro aqui de Santo Amaro - que também estão preocupadas com o corte indiscriminado da arborização existente - de uma reunião no Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes, da Secretaria do Verde e do Meio-Ambiente). Fomos chamados para opinar sobre a retirada de algumas árvores, várias delas já assassinadas por “podas” prévias, e que hoje não passam de troncos mortos e apodrecidos.

Nesta reunião recebemos a informação de que todo e qualquer espécime arbóreo que se encontra em praças são de exclusiva responsabilidade do Depave, que, no caso de constatação de qualquer problema, consulta a Associação de Moradores respectiva e informa a Sub-Prefeitura da decisão tomada em conjunto com a primeira. A segunda por sua vez, é autorizada a fazer o serviço pré-determinado, e nada mais.

Já não é a primeira vez que a Engenheira Agrônoma da Sub-Prefeitura de Santo Amaro toma decisões arbitrárias e absolutamente contrárias à maioria dos moradores, sem consultar Associações de Moradores e muito menos o Depave. O nosso bairro, por sua vez, é um Bairro-jardim com significante vegetação arbórea protegida pelo decreto estadual n. 30.443 de 20.09.1989 como ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL! Que parem imediatamente de destruir o Verde legalmente protegido sem que antes seja comunicada a comunidade e sem que seja constatada antes a ausência de soluções melhores!!!

Ressaltamos que a AMOGRANJI não é contrária à manutenção e a podas preventivas, que contribuam para a saúde das árvores. O que não aceitamos é este procedimento mutilador e sem critérios que está sendo aplicado agora, que a continuar deste modo condenará os moradores da Granja a viverem num ambiente deserto de verde, exatamente igual aquele que se observa na maior parte do resto de nossa há muito cinzenta cidade. 

Ligamos para o n. 156 para fazer a denúncia mas a atendente da Prefeitura se recusou a receber a nossa reclamação.

Estamos encaminhando esta denúncia à Ouvidoria da Prefeitura e esperamos lá sermos atendidos.

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Nota: as opiniões emitidas nesta reportagem são de responsabilidade exclusiva dos signatários.

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