Grupo Memórias do Itaim Bibi lembra aniversário do bairro
Texto: Helcias Bernardo de Pádua, coordenador do GMIB (Grupo Memórias do Itaim Bibi)
4 de outubro, 2006

(**) A CRIAÇÃO DO DISTRITO DE PAZ DO ITAIM - DECRETO 6731 de 04 de outubro de 1934 - Diário do Executivo/SP;pgs 931/32. Fonte: Biblioteca/Arquivo: Assembléia Legislativa SP/SP

No livro: Itaim Bibi, de Helena de Queiróz Ferreira Lópes & Vera Lúcia de Toledo, Série História dos bairros de São Paulo, volume 26, página 27, publicado em 1988 pelo Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, tem-se que: "...em 1934, o Itaim deixou de pertencer ao bairro dos Pinheiros. Foi criado o Subdistrito do Itaim, (por lei nº6.731 de 04 de outubro de 1934), transferido em 1935 para o Jardim Paulista."

Portanto neste ano de 2006 estamos comemorando 72 anos. Parabéns à todos os resistentes, teimosos e memoráveis moradores do bairro do Itaim Bibi.

Digo resistentes visto que com esse nosso decantado (marketing) progresso e com as suas novas e enormes avenidas - já não tão novas -, quem transita pelo bairro e caminhando como eu, só pode ser resistente a poluição de todo o tipo, sem contar com a insegurança dos assaltos e carros.

As novas avenidas do Itaim Bibi separaram famílias, impediram ou inibiram o livre transito dos mais velhos e crianças, forneceram condições para a ditadorial especulação imobiliária e a implantação famigerada dos enormes e altos prédios residencias e comerciais.

Somos teimosos por estarmos firmes - até quando? - nas nossas cercadas casas, construídas e reconstruídas desde os anos finais da década de 10 quando se iniciaram as vendas e formação das chácaras dos estranhos à família Couto de Magalhães e os posteriores e sucessívos loteamentos populares.

Também memoráveis pois fazemos parte da história da cidade de São Paulo.

Muito dos nossos amigos e tradicionais moradores do bairro já venderam seus primeiros imóveis e o que é pior, se mudaram para os prédios, trocando o bate papo no portão e calçada da casa térrea pelo surpreso e desconfiado encontro nos elevadores dos edifícios.

Grande parte dos meus contemporâneos desde o parquinho infantil, da turma da igreja, do colégio Costa Manso, tiveram que deixar o bairro. Foram para longe. Quando podem retornam, seja para administrar seus imóveis agora alugados apartamentos e/ou casas comerciais, ou simplesmente rever amigos.

Aí é o quase demorado encontro lá no Supermercado Pão de Açucar da Praça Dom Gastão Liberal Pinto ou mesmo nos pisos do Hipermercado EXTRA, esquina da rua João Cachoeira com a Leopoldo Couto de Magalhães Jr., sem contar da turma que se reune na Casa da Borracha do Sr. Calli, na rua Clodomiro Amazonas ou mesmo lá na Tinturario Usina Sol, da família Cauduro, por enquanto instalados na Av. Horácio lafer, bem próximo do cruzamento da nova Faria Lima.

O Itaim Bibi, como bairro esta completando mais um ano de existência, infelizmente apenas como local de transito e de temporária permanência para pessoas vindas de toda a parte. Até a minha filha mais nova, recentemente quando esteve aqui no bairro, veio entre outras coisas, para assistir uma apresentação musical em um desses inúmeros bares da Vila Olímpia.

É o resultado das enormes transformações urbanísticas e sociais e/ou por se terem instalados dezenas de escritórios e sedes de grandes empresas e mesmo centenas de locais para as chamadas baladas noturnas, etc. Autofagia social e urbana.

Porém, com tudo isso, a nossa região deve ser eternamente lembrada como sendo formada desde que foi adquirida por José Vieira Couto de Magalhães(*), o general brigadeiro em 1896, importante patriarca de uma família, embora nunca tenha se casado.

Ressaltamos que quem verdadeiramente fixou os Couto de Magalhães nesta várzea marginal ao rio Pinheiros, a partir de 1907, foi o seu irmão Leopoldo Couto de Magalhães, o médico, pai do Bibi (Leopoldo Couto de Magalhães Jr.).

Viva São Paulo - Viva a Chácara do Itaí - Viva o Itahym - Viva o Itaim Bibi - Viva o GMIB - Grupo Memórias do Itaim Bibi.

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