Após quatro anos de governo Marta Suplicy, ainda há trezentas mil crianças sem acesso à educação
Novembro 11, 2004

O Vereador Carlos Gianazzi (PT) lançou um desafio aos pais que procuram vagas para seus filhos na rede pública de ensino: "Procure uma vaga em uma creche na cidade de São Paulo. Você vai entrar em uma fila de até 700 crianças por creche, seja da rede direta ou indireta. Procure uma vaga numa EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil); você não vai encontrar vaga em nenhuma escola da cidade de São Paulo".

Segundo Gianazzi, a situação, que qualificou de muito grave, é conseqüência de "uma omissão histórica do poder público em relação a essa área, tanto na garantia do acesso como também na garantia da qualidade do ensino". Na região Sul da cidade de São Paulo há mais de cinqüenta mil crianças fora da sala de aula, sem acesso à educação básica. Na cidade de São Paulo, são mais de trezentas mil. 

No governo Marta Suplicy (PT) "o fato foi agravado porque a Prefeitura adotou uma política educacional -que eu fui contra- que privilegiou a construção de CEUs e não investiu pesadamente na construção de pequenas unidades para atender a demanda escolar. Se a Prefeitura  tivesse optado pela universalização do atendimento à demanda, do ponto de vista orçamentário e financeiro, nós teríamos diminuído mais".

Para garantir mais verbas destinadas à educação, Gianazzi apresentou um Projeto de Lei que amplia de 31 para 35 por cento o investimento em educação na cidade de São Paulo, "para que a gente possa colocar todas as crianças em sala de ajuda e garantir uma qualidade mínima de ensino".

Questionado se a apresentação desse projeto no final do governo do PT não era uma forma de engessar o governo Serra, inviabilizando o orçamento, Gianazzi afirmou que ele é do "PT histórico, do Paulo Freire, Florestan Fernandes, dos movimentos populares, dos grandes movimentos sociais", e após esclarecer que votou contra as taxas e outros projetos impopulares, como a criação de cargos no Tribunal de Contas, "mantendo a coerência histórica o tempo todo", disse sentir-se à vontade para cobrar qualquer governo: Marta Suplicy, José Serra, Alckmin ou até o presidente Lula, cuja reforma universitária considera "horrível". Essa atitudes lhe custaram a expulsão do Partido dos Trabalhadores, ao qual retornou, sendo suspenso por um ano: "meu mandato sofreu muito", confessou.

Leia também: Não encontra vaga para seu filho na escola pública? Conheça o Observatório de Acompanhamento da Demanda Escolar.

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