Árvores frutíferas devem tomar espaço dos eucaliptos de Santo Amaro.
por Glaucia Noguera
Abril 05, 2002

A proteção ambiental voltou a ser tema da reunião do Fórum Permanente de Defesa de Santo Amaro, realizada nesta quinta-feira. Desta vez, a preocupação ficou voltada para as áreas verdes da região. Segundo o Administrador Regional de Santo Amaro, Dr. Antônio Nerilton do Amaral, o projeto não visa apenas o plantio de novas árvores, mas a substituição de espécies que não sejam nativas por árvores frutíferas, tipicamente brasileiras. "Vamos tirar os eucaliptos, por exemplo", afirmou Nerilton.

O presidente do Centro das Tradições de Santo Amaro, Dr. Alexandre Moreira Neto, lembrou que a plantação de espécies de árvore importadas trouxe outro problema para a região. "O eucalipto espanta os pássaros e as árvores frutíferas resolveriam esse problema", disse.

O projeto medida também busca solucionar ou ao menos diminuir os problemas com árvores antigas. Durante muitas administrações, um projeto de plantio de árvores visava apenas o aumento das áreas verdes, sem muito planejamento futuro. As conseqüências dessa falha, no entanto, estão sendo sentidas agora. Além de necessitar da poda constantemente, as raízes de algumas árvores cresceram demais e destruíram as calçadas. "Hoje, procuramos fazer uma seleção e plantar apenas árvores que não cresçam mais do que oito metros, que não alcancem os fios elétricos e não causem danos à calçada", explicou Nerilton.

O que poucos sabem é que a região de Santo Amaro poderia ter mais verde se não fosse o descumprimento, por parte da própria Regional, de uma lei municipal. Segundo ela, todo morador seria obrigado a plantar uma árvore em frente a sua residência. "Achei um absurdo quando soube que essa exigência existia, mas que todos passavam por cima. Chegaram até a me dizer que a lei havia sido revogada, mas na verdade não foi", contou Nerilton.

Existem no município outras leis que regulam e punem crimes ambientais que, segundo a Administração Regional, tem sido cumpridas. "Estamos exigindo os Termos de Ajustamento de Conduta (das pessoas que cometeram crime contra o meio ambiente e foram notificados). Além disso, uma construtora de um edifício, por exemplo, só ganha o Habite-se (auto de conclusão de uma obra) se cumpre as normas ambientais exigidas", concluiu Nerilton. 

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