Se você pensa em adquirir um filhote de cachorro em uma feira de rua, é bom ficar atento: o preço -bem menor que o de um criador credenciado- pode camuflar um animal com risco de doenças ou até problemas genéticos. 

A veterinária Carmen V. de Zuna, da clínica veterinária Stockdog alerta: “Estes filhotes normalmente são desmamados antes do tempo, vacinados prematuramente (a vacina não faz o efeito desejado) e apresentam quadros de verminose, sarnas e micoses, muitas das quais são transmitidas a outros cães e até ao homem”. Ela diz ainda que jamais é recomendável expor filhotes na rua. Enquanto ele não estiver completamente vacinado, não deve ter contato com outros cachorros. 

Um outro aspecto que faz muita diferença na saúde de um filhote é o modo como ele foi concebido e criado. Fowler Braga Filho, do Projeto Focinhos Gelados, diz que um criador profissional está sempre em busca de melhorar a raça. “Já os vendedores de rua querem apenas o maior lucro no menor tempo possível. O cruzamento indiscriminado pode levar à descaracterização da raça, a problemas genéticos e ao aumento da agressividade do animal”, ele afirma. 

Para a Dra. Luciane Martins Neves, veterinária da Pet Center Marginal, a falta de acompanhamento especializado também representa um perigo: “Existem pessoas que compram vacinas no balcão de pet shops ou clínicas veterinárias, aplicam nos filhotes e os vendem como vacinados e vermifugados. Contudo, não houve um acompanhamento para saber se o animal estava apto a receber aquele medicamento, o que pode ser prejudicial”. A única pessoa apta a avaliar corretamente as condições de um filhote é o médico veterinário. 

Para o leigo, ficam algumas dicas: um cachorrinho abaixo do peso, sujo, desanimado, com corrimento ocular ou olhos opacos representa sinal de alerta. E a Dra. Luciane salienta: berço de ouro não significa boa saúde. “Nem sempre o pedigree é garantia de que o filhote já não possua alguma doença, hereditária ou não”, ela afirma.

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