Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) orienta paulistanos sobre a febre maculosa
Novembro 10, 2005
Resultados de exames de sangue confirmaram nesta quarta-feira (09/11) que uma
menina de 12 anos morreu no início da semana em decorrência da febre maculosa em
São Paulo. A vítima morava ao lado do Parque do Estado, no Jabaquara, e teria
adquirido a doença em um matagal vizinho à sua casa.
Nesta quarta-feira, técnicos da Prefeitura realizam uma ação para vistoriar o
entorno da região. Os moradores foram orientados sobre a doença e amostras foram
recolhidas para análise. Nos últimos anos, dois outros casos da doença foram
registrados no município de São Paulo - um em outubro de 2004 e outro em
fevereiro deste ano, ambos na região do Ipiranga.
A doença é causada pela bactéria chamada Rickettsia rickettsii, transmitida pelo
carrapato da espécie Amblyomm dos gêneros aureolatum e cajennense. Os homens são
hospedeiros acidentais, ou seja, não são considerados reservatórios da doença e
não colaboram para sua propagação.
Os carrapatos desempenham o papel mais importante enquanto transmissores da
doença, dando preferência a hospedeiros como os cavalos, bois, além de cães e
capivaras. Também são conhecidos como reservatórios da doença porque uma vez
infectados pela bactéria passam a transmitir o agente da doença, inclusive para
outros carrapatos.
Transmissão
A transmissão da bactéria ocorre pela picada do carrapato infectado, em estágio
de larva ou ninfa ou adulto, que aderido à pele, por um período de 6 a 10 horas,
elimina o agente da doença, a Rickettsia rickettsii. Não há transmissão de
pessoa para pessoa.
A maior incidência da doença é durante a primavera e o verão. Os carrapatos são
encontrados em locais geralmente utilizados para pastagem de animais. Em áreas
urbanas, esses locais são os terrenos baldios com mato alto.
Sintomas
A doença inicia-se abruptamente com febre, entre 2 e 14 dias após a picada, com
dores musculares e cefaléia (dor de cabeça). A febre, de moderada a alta, dura
geralmente de 2 a 3 semanas. A cefaléia costuma ser intensa.
Outro sinal bem sugestivo da doença é o aparecimento de manchas avermelhadas, de
manifestação mais tardia, surgindo entre o 3º e 5º dia.
Ocorre também, no curso da doença, náuseas, vômitos, diarréia e dores
abdominais. Os sintomas são semelhantes aos de doenças como leptospirose, dengue
e rubéola por causa da febre alta e dores musculares.
Área urbana
As características do tipo de ambiente que oferece condições ao desenvolvimento
das fases de vida livre do carrapato em locais de áreas urbanas são:
- mato alto (praças, jardins, terrenos baldios);
- vãos, frestas, rebocos, paredes e postes de concreto de energia elétrica, na
altura de 1,5m do chão;
- entulhos e casas abandonadas;
- locais com indícios da presença de cães e cavalos.
Prevenção
As orientações dadas pela Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) para
prevenir a contaminação são evitar caminhar em áreas sabidamente infestadas por
carrapatos no meio rural e silvestre. Se houver necessidade caminhar por essas
áreas, após fazê-lo, vistoriar o corpo à procura de carrapatos em intervalos de
três horas, pois quanto mais rápido ele for retirado, menor o risco de se
contrair a doença.
Caso encontre um carrapato pelo corpo, é ideal não esmagá-lo entre as unhas,
pois pode haver a liberação da bactéria Rickettsias. Retirá-lo do corpo com
calma e, por meio de uma leve torção, liberar as peças bucais do carrapato. Em
casa, fazer uso de controle químico nos animais domésticos, ou seja, dar banhos
periódicos com aplicação de carrapaticidas.
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