Escola estadual Professor Napoleão de Carvalho Freire, em Moema, precisa de profissionais voluntários
Abril 11, 2002
por Glaucia Noguera
A Escola Estadual Professor Napoleão de
Carvalho Freire, localizada na Rua Iraúna, 815, no bairro de Moema, enfrenta
dificuldades para atender seus 1100 alunos. Apesar de dispor de uma boa
estrutura e materiais, não há profissionais suficientes para desenvolver
atividades educacionais e extracurriculares. Por isso, uma campanha de
incentivo ao trabalho voluntário foi iniciada para suprir a falta de
especialistas nas áreas de psicologia, fonoaudiologia, biblioteconomia,
informática, artesanato, secretaria e escrituração entre outras.
Desde o início deste ano, a escola está inscrita no Programa Amigos da
Escola, mas até hoje não houve uma pessoa que aderisse à idéia. Por conta
disso, a sala de informática equipada com bons computadores continua
desativada e várias crianças ainda não possuem o acompanhamento fonoaudiológico
e psicológico de que necessitam. Somente no período diurno a escola recebe
475 alunos dos 11 aos 15 anos. "Sentimos falta de pessoas realmente
comprometidas, que não abandonem o trabalho depois de algumas semanas, mas que
dê continuidade a ele", disse a diretora da instituição, a professora
Selma.
Explicação para essa baixa no número de pessoas dispostas a trabalhar sem
remuneração existe. Apesar de estar localizada em um bairro nobre de São
Paulo, a escola é freqüentada por crianças provenientes de lugares mais
afastados e carentes. "A realidade deles é diferente e muitas vezes isso
é motivo de conflito para os voluntários. Além disso, a importância desse
tipo de trabalho ainda não é muito difundida no Brasil. Pouca gente sabe que
a recompensa para esse tipo de iniciativa é muito grande", explicou
Selma.
Mas a intenção da escola é mudar essa mentalidade e conseguir pessoal para
dar continuidade a alguns projetos como a instalação de uma rádio interna e
a organização do Grêmio Estudantil. "Gostaria que alguém pudesse
explicar aos alunos sobre o funcionamento de uma rádio, por exemplo. Seria ótimo",
disse a professora ressaltando que o trabalho descontínuo prejudica não só
a escola como as crianças. "Um acompanhamento psicológico não pode
durar apenas alguns meses ou ficar mudando a toda a hora. Não podemos
esquecer que estamos lidando com seres humanos".
Para se tornar um voluntário da Escola Estadual Professor Napoleão de
Carvalho Freire não existe um processo seletivo. O profissional deve
apresentar suas diretrizes de trabalho que posteriormente serão levadas ao
Conselho de Escola, onde passarão por aprovação ou reprovação. Neste
projeto deverá constar a área em que o profissional atua, a faixa etária
com que irá trabalhar e o horário em que estará disponível. "É ele
quem estabelece tudo isso, de acordo com as suas possibilidades",
explicou a diretora.
Ocupando o cargo de direção desde janeiro, a professora Selma busca
implantar algumas modificações principalmente no que diz respeito ao
relacionamento do aluno com a escola em geral. Agora, os alunos vestem
uniformes como forma de valorizar o nome da instituição em que estuda.
"Quando ela gosta do lugar onde está, não depreda e o aprendizado também
será bem mais fácil", acredita.
Essas iniciativas já vem dando resultado. Uma pesquisa realizada no início
deste ano pelo Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São
Paulo (SARESP) mostrou que a escola está acima da média dos demais
estabelecimentos de ensino público. A notícia agradou a diretoria da escola
e reforçou a tese da professora Selma. "O segredo é investir na
qualidade do ensino, melhorar o relacionamento entre professor e aluno e
tornar o ambiente de estudo mais agradável", completou.
Os interessados no trabalho voluntário deverão contatar a diretora Selma, no
telefone 5044.8199.
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