Conheça o Tenente Coronel Antonio Carlos Goulart, comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar
Setembro 03, 2004

Tenente Coronel Antonio Carlos GoulartO Tenente Coronel Antonio Carlos Goulart, mineiro, 46 anos, está há 27 anos na Polícia Militar. Há três meses comanda o 22º Batalhão, responsável pela segurança ostensiva de Santo Amaro, Pedreira, parte da Vila Joaniza e do Campo Grande, Avenida Cupecê, Jardim Miriam e outros bairros da Zona Sul. É uma reigão onde residem, segundo o IBGE, quase meio mihão de pessoas e cuja população flutuante chega a quase um milhão de pessoas por dia.

Na região sob seu comando há desde condomínios exclusivos, como a Chácara Flora, até favelas como a do Buraco Quente, recentemente consumida pelo fogo. "São realidades sócio-econômicas totalmente diferentes", diz o Cel. Goulart, "que apresentam problemas que exigem soluções policiais específicas". Na Chácara Santo Antônio, por exemplo, há roubo de celulares e laptops ("que quase foi zerado"), enquanto em outras regiões há roubo de cargas, estupro, tráfico de entorpecentes, homicídios, agressão corporal, rixa em família ("não que seja privilégio de pobre, mas pobre não tem como esconder").

Missão
Quando foi convidado a assumir o comando, foram-lhe outorgadas duas missões: reduzir o número de homicídios na região, que se encontrava bastante alto, e aprofundar o contato com a comunidade. "Aqui encontrei uma comunidade muito bem disposta, organizada, franqueando as portas, ofrecendo parcerias, o que é muito bom", afirma o Coronel. Outro aspecto de aproximação com a comunidade dar-se-á através do trabalho social a ser desenvolvido em parceria com o chef Carlos, da Rede Bandeirantes, que se ofereceu para treinar garçoms e cozinheiros. "Estamos tentando conseguir o apoio de restaurantes e hotéis da área, para que a gente possa utilizar seus conhecimentos", explica Goulart, que antecipa a pergunta: "Vai treinar quinze ou vinte jovens só em um universo de milhares? Serve, porque isso nos permite uma penetração naquelas comunidades carentes onde a polícia não tem uma boa penetração. Ao adentrarmos naquelas comunidades podemos saber as reais necessidades daquelas pessoas e agir adequadamente. Isso é importante nas operações, porque para cada elemento que você atinge você também atinge dez trabalhadores inocentes que ali estão e que não deveriam ser incomodados. Mas somos obrigados a atuar dessa forma já que é a única forma que ainda temos. Mas estamos fazendo um trabalho de inteligência, procurando informações. Já deu resultado: prendemos armamento e alguns elementos das quadrilhas envolvidas em guerra do tráfico".

Homicídios
O índice de homicídios já foi drasticamente reduzido, afirma Goulart. "Os mandantes, fora os homicídios passionais, que envolvem sentimentos, são sempre os mesmos", explica. "A mão que executa difere: o tráfigo usa muitos menores, que são protegidos pelos nossos legisladores. Criança precisa de proteção, mas aqui um individuo de 1,95 metros com 17 anos 11 meses e 27 dias é "de menor", enquanto na Inglaterra e nos Estados Unidos respondem criminalmente".

Largo Treze de Maio
O centro de Santo Amaro merece considerações especiais por parte do comandante. "Essa é outra realidade, onde há grande número de pequenos roubos e furtos, mas nada de gravidade". E ali que se registra o maior número de ocorrências do Batalhão: "No Largo Treze são praticadas diversas atividades que se bem não são criminosas, também não são legais. Isso permite a ocorrência de uma atividade que é cada vez mais ilegal, porque a barreira entre o que é legal e ilegal acaba sendo esticada. Mas devido ao acúmulo de pessoas isso acaba ocorrendo, não existem normas, os camelôs acabam fazendo as normas que eles acham corretas".

O 22º batalhão de Polícia Militar fica na Rua Paulo Aires Neto, 110 (Jardim Marajoara) e o telefone é (11) 5521-1300.

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