Autoridades discutem combate ao comércio ilegal em Santo Amaro
por Bruno Meirelles
Outubro 25, 2007

O combate ao comércio ilegal na região do Largo 13 foi discutido pelas autoridades presente na última reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Santo Amaro (Conseg), realizada no dia 24 de outubro. Reclamações de uso de violência por parte da polícia, feitas por camelôs, foram refutadas pelo capitão Ben-Hur Araújo Junqueira Neto, comandante da 1ª Companhia do 22° Batalhão da Polícia Militar.

"O que acontece é uma inversão de valores. A polícia chega, os ambulantes saem correndo que nem loucos, esbarram nas pessoas, atravessam a rua voando, e o culpado é a polícia. As pessoas esquecem que o que o siri (ambulante que não fica em barraca, mas utiliza uma sacola ou mostruário) está fazendo algo ilegal. Se ele quiser, vem na prefeitura, pega o alvará, e vai pros espaços determinados pela subprefeitura".

O capitão também comentou as dificuldades enfrentadas pela polícia no combate ao comércio dos siris. "A operação para retirada dos camelôs começou dia 15 de abril, e foi repleta de êxito. Daí vieram os siris. E qual é o grande problema do siri? Ele não tem barraca, e por isso tem uma mobilidade terrível. Hoje ele está aqui na Praça Floriano Peixoto, daqui a pouco ele sai e vai pra Cancioneiro Popular. Além disso, a gente apreende os produtos e a carriola, e meia hora depois ele já está com uma carriola nova e mais 500 pares de chinelo. Mas estamos pegando aqueles que reabastecem o siri".

Ele também chamou a atenção para a responsabilidade da população no combate ao comércio ilegal. "Todo mundo está falando agora sobre o BOPE, dizendo que o traficante está diretamente relacionado ao usuário de droga. Com o siri também. Se não tivesse o comprador do chinelo, o comprador do CD pirata, ele não aparecia. Então fica complicado, porque você está agindo na base da coisa, mas acima da base nós temos pessoas que estão consumindo essas coisas".

O delegado titular do 11º Distrito Policial, Edison Nogueira de Souza, falou de sua experiência no Largo da Batata, quando estava no 14º DP de Pinheiros. "Lá tínhamos o Largo da Batata, um ponto tão crítico como o Largo 13. A operação ficou 10 a 12 dias direto sem dar sossego para o pessoal. Foi dado um lapso de tempo para que eles se regularizassem, e aí nós entramos em ação. Primeiro com o desmanche das barracas noturnas. No dia seguinte, as barracas visuais do Largo. E nós da polícia civil fizemos um levantamento dos depósitos de CD pirata, que combatemos em conjunto com a subprefeitura".

Para o subprefeito de Santo Amaro, Geraldo Mantovani, vai levar um tempo para que o problema com os siris seja solucionado completamente. "Essa nossa briga com o siri, essa correria, eles tentando voltar e agente não deixando, é uma coisa que eu não sei quando vai acabar. Eu acho que vai demorar muito até eles perceberem que o espaço público não é para ser ocupado por comerciantes ilegais, vendendo produtos ilegais. Uma hora isso vai ser entendido e vai diminuir", finalizou ele.

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