Bombeiros da Chácara Santo Antônio participam do resgate da cidadania
Novembro 22, 2001
O Capitão do Corpo de Bombeiros Luiz Cláudio dos
Santos (foto à direita), 37 anos, casado, uma filha, comanda o 4º Grupamento do Posto de Bombeiros de Santo Amaro, na Chácara Santo Antônio. Além de atender as ocorrências relacionadas às funções próprias da corporação, o posto é a sede do projeto "SOS Bombeiros no Resgate da Cidadania".
Lançado em setembro de 2.000, o Projeto -da Secretária da Ação Social do Governo do Estado de São Paulo- atende crianças carentes de 8 a 14 anos que, no quartel, recebem alimentação, complementação escolar, além de participarem de diversas atividades: educação física, futebol, vôlei, culinária, natação, gravuras, e corte e costura para as meninas.
A doação, por parte de empresas da região, de computadores permitirá ao Posto de Santo Amaro inaugurar em breve uma sala de informática, onde as crianças receberão instrução específica sobre como lidar com o computador.O Projeto atende, na Chácara Santo Antônio, sessenta crianças, divididas em dois turnos com trinta alunos cada. "São sessenta crianças a menos nos faróis e cruzamentos de Santo Amaro", enfatiza o Capitão Santos, "que estão adquirindo noções de cidadania, se auto-valorizando". As crianças, na sua maioria, são de escolas da região (JOCAM, José Dias e Ennio Voss) mas há também alunos do Etelvina, no Paraisópolis.
Indiana Delfre Ludviger, Coordenadora do Projeto, e a psicóloga Juliana Queiroz Matoso, responsáveis pela educação das crianças, não escondem sua satisfação com os resultados obtidos após um ano de implantação do Projeto: "As crianças estão mais organizadas, com maior auto estima, com maior confiança, mais críticas", diz Indiana. Os resultados do Projeto foram sentidos além do quartel: "As próprias escolas avaliam que o desempenho melhorou". O capitão Santos concorda: "O aproveitamento escolar de mais da metade das crianças melhorou, porque a auto-estima aumentou, a valorização pessoal aumentou, assim como a vontade de fazer, de acontecer, de realizar".
Micaela da Silva Santos, 13 anos, que cursa a 6ª série no Etelvina, participa do projeto "ha uns sete, oito meses". Confessa que era "muito indisciplinada", mas agora está melhor. Na escola "não estou ganhando NS; estou ganhando mais PS", afirma. E pretende, "para sempre", continuar assim. Afirmando ter coragem suficiente, diz que pretende ser bombeiro, no futuro, uma opção incentivada pelo contato com as atividades do Posto.
Juliana, 12 anos, cursa a 4ª série no JOCAM, e está há um ano no projeto. Tanto ela quanto seus pais estão satisfeitos com os resultados obtidos: "Antes eu ia mal na escola; aqui aprendi várias coisas e agora tiro melhores notas na escola", diz Juliana. Caso não participasse do projeto, ficaria "em casa, dormindo, e eu não ganharia nada. Aqui faço esporte, aprendo a ler e escrever melhor".
Renato, 12 anos, que cursa a 6ª série no Ennio Voss e pretende ser arquiteto, porque gosta de desenhar prédios, participa do projeto há um ano e dois meses, e diz que agora está "mais calmo, porque antes eu era muito nervoso". Caso ficasse em casa, sua opção seria assistir televisão, mas acha "melhor estar aqui".
Através de doações, o Capitão Santos
está construindo uma sala de 52m2, que substituirá a atual, de
apenas 15m2, e contará com bancos escolares, quadros magnéticos,
televisão com vídeo "e tudo que uma sala de aula precisa ter".
Você pode ajudar
Com materiais de acabamento para a nova sala de aula: esquadrias de alumínio, janelas de modo geral, portas, maçanetas, luminárias, tinta, comutadores, tomadas de forças e tudo que é necessário para acabamento.
Com doações materiais, como material escolar, cadernos, materiais didáticos diversos e computadores novos
Com trabalho voluntário: "Seria ótimo se tivéssemos um professor de educação física acompanhando na parte aquática", diz o Cap. Santos, "e professores de nível primário e secundário para integrar o nosso corpo de monitores".
Os(as) interessados(as) podem entrar em contato com o Capitão Santos pelo telefone 5181-5030.
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