Comunidade aprova fechamento de bares na Vila Olímpia
por Jorge Marmion
Fevereiro 23, 2005

Depois de desfrutar de um período de impunidade no governo Marta Suplicy, bares, danceterias e casas noturnas que se instalaram irregularmente e funcionam sem a devida autorização na Vila Olímpia estão enfrentando ações exemplares por parte da subprefeitura de Pinheiros. Após o fechamento do Bazzi, no dia 4 de fevereiro, operação que contou com a presença do próprio secretario das Subprefeituras, Walter Feldman, foi agora a vez do Montecristo, alvo de constantes reclamações por parte da comunidade.

Antonio Marsiglia Netto, subprefeito de Pinheiros, afirmou na última reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CONSEG) do Itaim que estas medidas representam um processo que precisa começar, já que "a cidade está abandonada há 20 anos, e pessoas estranhas ao poder publico tomaram conta de pedaços da cidade". Segundo Marsiglia, "nem se colocássemos hoje um exército na rua poderíamos conter tais elementos". Mas o fechamento do Bazzi e agora do Montecristo serve como exemplo: agora "muitos outros bares estão querendo regularizar sua situação", afirmou.
Quanto ao meio utilizado para fechar os bares, Marsiglia comentou: "Lacre de papel o vento levou. Decidimos colocar peças de concreto de uma tonelada porque esse lacre ninguém pode movimentar sem ser visto". O novo subprefeito de Pinheiros pediu aos reclamantes "não perder a esperança, que vamos tentar mudar esse estado de coisas"

Bernardo Koos Wallis, presidente do CONSEG do Itaim, afirmou estar satisfeito com as medidas tomadas pela novo subprefeito. Ressaltou, porém, que muitos desse bares funcionam devido a liminares: "temos de bater encima do poder judiciário para acabar com o festival de liminares", afirmou.

Valquíria Pina Figueiredo, presidente da Vila Olímpia Solidária, também expressou sua satisfação como o novo subprefeito, cuja atitude "é diferente da subprefeita do governo Marta Suplicy, Beatriz Pardi, que era arrogante e não escutava" a comunidade. 

Flavio Strauss, diretor jurídico do Grupo Posadas, que administra dois hotéis na região, afirmou que "não são só os cidadãos os prejudicados" pela inúmeras danceterias da região: "nosso direito de trabalhar, de termos hóspedes também está sendo prejudicado, já que o barulho e a violência espantam nossos clientes". O argumento da geração de empregos, utilizado pelos estabelecimentos para conseguir as liminares, é refutado por Strauss: "os empregados desses piratas nem devem ser registrados em carteira. Nós geramos muito mais empregos que esses estabelecimentos".

Manifestação

Para apoiar a Subprefeitura nas suas recentes ações corretivas e denunciar os abusos das casas noturnas ilegais que atuam na região da Vila Olímpia, Itaim, Moema, Vila Madalena e outros bairros, o movimento Vila Olímpia Solidária programou, para o dia 5 de março, às 15 horas, uma manifestação pública na Vila Olímpia, no triângulo das ruas Olimpíadas, Vicente Yañes Pinzon e Gomes de Carvalho.

Os vilões

Além do Bazzi (o "símbolo do mal" da Vila Olímpia, segundo Valquíria Pina Figueiredo) e do Montecristo, recentemente fechados, foram denunciados na reunião do CONSEG o Coiote (Rua Quatá, 603, tel 3044-0626), o Corleonne Bar i Cucina (Rua Professor Atílio Innocenti, 534, tel: 3848-0028) e outros estabelecimentos que apesar de fechados e lacrados pela Prefeitura funcionam diariamente: Vinil, Ibiza, Tenda Olímpia e Punto. Esses estabelecimentos "invadiram a Vila Olímpia", tornando-a uma "terra de ninguém", segundo Valquíria Pina Figueiredo: "nós temos o direito de dormir, que é o mais elementar direito do ser humano".

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