Prefeitura promete limpar o dreno do Brooklin dentro de mais 45 dias.
Maio 08, 2002
Glaucia Noguera

No dia 3 de maio, a prefeitura de São Paulo completou um mês do início da limpeza do dreno do Brooklin e teria mais 30 dias para finalizá-la dentro do prazo prometido. Porém, a dificuldade nos trabalhos atrasou o cronograma e a Regional de Santo Amaro, que supervisiona as ações, prevê que a limpeza estará terminada dentro de 45 dias. "A quantidade de sujeira era muito grande e isso tornou o trabalho mais difícil. Mas acredito que dentro de um mês e meio estaremos entregando isso para a população", disse o Administrador Regional de Santo Amaro, Nerilton Antônio do Amaral.

A ação faz parte das iniciativas para diminuir as enchentes da região e a limpeza do dreno já vinha sendo solicitada há algum tempo. No entanto, entraves de ordem burocrática se arrastaram por cinco anos e impedia o início da obra. Nos dois primeiros anos, a dificuldade alegada foi falta de verba. A limpeza só ganhou sinal verde após mais três anos, período usado para aprovar a licitação. Hoje, a obra está orçada em R$ 550 mil.

A demora fez com que a situação se tornasse crítica. Formado por duas células, o dreno já enfrentava problemas de assoreamento. Junto ao Shopping Morumbi, por exemplo, a célula da direita já estava três metros "mais estreita". "Acredito que serão retirados aproximadamente 15 mil m³ de material. Quase 90% disso é formado por areia de construção, que é levada para o dreno com as chuvas. Esse é um problema que acontece principalmente por causa das casas de família de renda mais baixa, que não obedecem o recuo obrigatório. Sem esse espaço, a areia que iria servir para uma reforma ou construção é deixada na rua e levada na primeira chuva que cai", explicou o engenheiro Carlos Henrique Nunes Cabral, da Administração Regional de Santo Amaro.

Desde que foi construído, o dreno do Brooklin enfrenta problemas de depósito de materiais sólidos devido a baixa velocidade de suas águas. Em 1935, a Light levantou uma barragem em Santana de Parnaíba para armazenar a água do Pinheiros e tornar possível a construção da Usina de Cubatão. A conseqüência disso foi que todos os córregos ficaram mais baixos e não podiam mais desembocar no rio. A construção do dreno, que começa na Roque Petroni e vai até a Ponte dos Bandeirantes, foi a solução encontrada. No entanto, a água do dreno corre com baixa velocidade e os sólidos que carrega vão se depositando nas paredes das células.

Todo o material retirado tem destino definido. "Ele será levado para o aterro Bandeirantes, a 34 km da cidade de São Paulo", contou o engenheiro Cabral. 

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