Comunidade discute projeto de continuação da Av. Chucri Zaidan
Dezembro 04, 2001

Horacio Calligaris Galvanese, Diretor de Desenvolvimento da EMURB (Empresa Municipal de Urbanização) apresentou à comunidade, atendendo convite da Ação Comunitária da Chácara Santo Antônio, um antigo projeto da Secretaria dos Transportes desengavetado pela atual Administração: a continuação da Av. Chucri Zaindan, estendendo-a até a Avenida João Dias, 

Esta obra está compreendida na Operação Urbana Água Espraiada, que finalizará as obras começadas no Governo Maluf para ligar a Marginal com a Imigrantes. Esta Operação foi amplamente discutida com a sociedade (leia  "AR-SA discute Operação Urbana Água Espraiada" e "AR-SA realiza nova reunião para discutir a Operação Urbana Água Espraiada") e atualmente está em votação na Câmara Municipal.

A EMURB, segundo o Sr. Horacio Calligaris Galvanese, considera a ligação Marginal-Imigrantes "absolutamente essencial", mas devido ao fato da Prefeitura Municipal de São Paulo não ter "nenhuma capacidade de investimento" pretende arrecadar os quase R$ 1 bilhão de Reais necessários à execução da obra vendendo CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), já previstos no recém aprovado Estatuto da Cidade. Mediante estes certificados, que provavelmente venham ser negociados na Bolsa de Valores, a Prefeitura concede autorizações de construção acima do permitido pelo zoneamento do local. "Uma Operação Urbana só acontece onde há interesse do setor imobiliário", frisou o Sr. Galvanese, e visa "alavancar recursos e criar a infraestrutura necessária na área da Operação". A idéia da Prefeitura é lançar lotes de CEPACs "conforme necessidade das obras" e assim ir regulando o mercado, evitando especulações imobiliárias ou valorizações exageradas dos terrenos, como aconteceu na Av. Brig. Faria Lima.

A atual preocupação da Administração Municipal é obter a aprovação consensual da Operação: "Qualquer ação que se levante contra essa Operação -por parte do Ministério Publico, por exemplo- desestabiliza a Operação e o papel", explicou o Sr. Galvanese. Para obter a aprovação da sociedade organizada foi contratado o Arq. Paulo Bastos, ex-dirigente do movimento Defenda São Paulo, que elaborou o projeto. Na Câmara Municipal, onde o projeto encontra-se neste momento e tem de ser aprovado, "há uma tradição em represar as votações que envolvem zoneamento para final do ano", explicou o Sr. Galvanese: "Se a operação não for aprovada agora, só tramitará no próximo ano, um ano eleitoral, e as dificuldades de aprovação serão maiores". Mas há uma outra preocupação na presa por aprovar o projeto. "Esta é, em parte, uma Operação Robin Hood", admitiu o Sr. Galvanese: "parte do que se arrecada em áreas valorizadas será aplicado no atendimento às 8.500 famílias carentes que moram na região afetada, e cuja situação é complicada". Devido a rápido crescimento deste segmento da população e à "ocupação intensa das áreas afaveladas", a Prefeitura teme que daqui a um ano os custos para remoção destas famílias tornem-se inviáveis. Mas o Sr. Galvanese demonstrou otimismo: "Não houveram grandes críticas em relação ao Projeto", afirmou. 

A continuação da Av. Chucri Zaidan será uma avenida de 36 metros de largura que atravessará a área industrial (Zona 6) da Chácara Santo Antônio. A avenida central, de 12 metros, terá a cada lado um passeio de 5 metros, uma via local de 6 metros e uma ilha de 1 metro de largura. Preocupada em "estimular a habitação nos mais diversos níveis, criando dinâmicas urbanas intensas", a EMURB determinou que no mínimo 30% dos empreendimentos sejam residenciais, e no máximo 70% comerciais e de serviços.

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