Corte de energia faz ONG Alquimia considerar suspensão de atividades
Agosto 03, 2005

A construção da Av. Jornalista Roberto Marinho (ex-Água Espraiada) por um consórcio liderado pela empresa Mendes Junior no governo do ex-prefeito Paulo Salim Maluf deixou não só suspeitas de pagamento de milhões de dólares em propinas -investigadas pelo Ministério Público- como uma dívida junto a Eletropaulo de pouco mais de R$ 2 mil que provocou, há uma semana, o corte no fornecimento de energia à ONG Alquimia, que atende mais de duzentas crianças carentes que moram nas favelas construídas ao longo da avenida. Um documento da Eletropaulo de 11 de junho de 2003 mostra quatro contas não pagas pelo Consórcio Água Espraiada, na unidade consumidora 86886347 (clique e confira).

Segundo Roseli Araújo dos Santos Pentedao, presidente da Alquimia, a dívida já existia quando em 2002  a ONG ocupou as instalações deixadas pelo Consórcio que construiu a avenida. A ocupação foi autorizada informalmente pelo então subprefeito de Santo Amaro, Eng. Antônio Nerilton de Amaral. Posteriormente, a Eletropaulo incorporou a dívida à ONG, já que transferiu a titularidade da unidade consumidora à Alquimia (clique e confira), que deste então vem contestando o  pagamento da dívida, que considera improcedente, mas paga regularmente o que consome de energia. A falta de pagamento da dívida provocou, há alguns dias, o corte no fornecimento de energia. Representantes da Alquimia vem tentando sem sucesso, desde então, obter uma liminar que garanta o fornecimento de energia até a solução definitiva do problema.

Caso o fornecimento de energia não seja restabelecido com urgência, a ONG pensa em suspender suas atividades até a normalização da situação. "Já perdemos vários quilos de alimento perecível, que utilizamos para alimentar nossas crianças, e sem energia torna-se extremamente difícil realizar nossas atividades", diz Sueli.

A assessoria de imprensa da Eletropaulo informou que a empresa só não corta a energia quando há locais onde há registro formal, junto à empresa, de sobre-vida: é o caso de lares que utilizam aparelhos para tratamento de doentes, cujo desligamento poderia provocar danos irreversíveis ou até a morte do paciente. Em qualquer outro caso, mesmo em entidades com fins sociais, não há quaisquer considerações: constatada a falta de pagamento, a energia é cortada. Entretanto, a empresa considerou incorreto o procedimento de incorporação da dívida, e solicitou a documentação para análise do caso.

Carlos Britman, assessor de imprensa da empresa Mendes Junior, questionou o fato que somente após tantos anos a energia tenha sido cortada, e considerou as afirmações da presidente da ONG Alquimia "vagamente ridículas".

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