Lojistas da João Cachoeira discutem transformação da rua em shopping a céu aberto
Andrezza Carvalho Arnone
Julho 19, 2002

Localizada no Itaim Bibi, bairro de classe média alta de São Paulo, a Rua João Cachoeira está a um passo do início das obras de revitalização. O projeto, que pretende transformar a rua em um shopping a céu aberto, vem sendo discutido desde o ano 2000. Foi apresentado à prefeita Marta Suplicy em novembro de 2001 e aguarda somente um patrocinador para dar início à reforma. 

Sem desembolsar nenhum centavo para recuperar três quarteirões entre as Ruas Jesuíno Arruda e Leopoldo Couto de Magalhães, a intenção dos lojistas é que os anunciantes forneçam recursos para reabilitar o trecho de 900 metros em troca de espaço publicitário em postes, bancos e outros itens do mobiliário urbano. 

Segundo Felippe Naufel, presidente da Associação de Lojistas da João Cachoeira, a revitalização tem como objetivo atrair o consumidor para a rua. “Quanto mais agradável for o ambiente, melhor para o comprador”, diz. “O cliente tem de se sentir à vontade para fazer suas compras.” 

A proposta das arquitetas responsáveis pelo projeto é oferecer conforto, segurança, lojas mais atraentes e melhores características urbanísticas. A fiação elétrica deve ser subterrânea, acabando com os postes de iluminação, que devem ser substituídos por luminárias padronizadas. 

Além disso, as calçadas devem ser alargadas em alguns pontos para abrigar melhor o mobiliário urbano. Devem ser instaladas rampas que facilitam a travessia de idosos, gestantes e portadores de deficiência visual e locomotora e a área verde deve ser aumentada. 

Apesar de toda essa mudança agradar os lojistas, ainda há preocupação com o tempo que as obras podem durar. “Se a reforma em frente as nossas lojas demorar irá atrapalhar o tráfego de pedestres e isso pode prejudicar as vendas”, diz Abdala Hesser. 

Para alguns comerciantes seria melhor realizar as mudanças aos poucos. “Poderíamos fazer as coisas menores agora e quebrar as calçadas depois”, diz Ricardo Rodrigues Breia. 

Felippe Naufel explica que, a partir de agora, em cada reunião deve haver votação para definir as mudanças. “Se a proposta é alargar a calçada vamos reunir os interessados e fazer uma votação para ver quantos estão a favor. Assim será com todos os outros pontos.”

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