Já no decorrer dos primeiros anos da Irmandade, os fatos mostraram a relação entre o beber excessivo e algumas características da personalidade presentes na maioria de seus membros. Evidenciou-se também que, para levar uma vida de relativa paz e serenidade sem amortecer os conflitos através do álcool, o alcoólico precisa promover uma mudança nestas características melhorando-se interiormente.
Para que o membro da Irmandade, já abstinente, pudesse melhorar gradativamente sua visão do mundo, foi elaborado um programa de recuperação intitulado OS DOZE PASSOS. Neste programa estão contidas sugestões a serem aplicadas pelo alcoólico em seu dia-a-dia. Embora de cunho espiritual, este programa não se prende a nenhuma seita ou religião, ideologia ou sistema filosófico, tanto que é seguido com êxito por alcoólicos adeptos das mais diversas doutrinas. Aliás, por representarem um programa de vida altamente útil, os Doze Passos foram adotados por outros grupos de pessoas com problemas em comum, e até por indivíduos sem nenhum problema específico, como diretriz às suas vidas.
Paralelamente a esses aspectos concernentes à recuperação individual de cada alcoólico, outras questões surgiram durante o desenvolvimento da Irmandade no que diz respeito aos relacionamentos entre os grupos que a integram e as atitudes de Alcoólicos Anônimos como um todo perante a sociedade e seus diversos segmentos. Através de tentativas, erros e acertos chegou-se a um conjunto de princípios denominado AS DOZE TRADIÇÕES. Estes princípios são seguidos por todos os grupos de A. A. do mundo impedindo que as imperfeições humanas desviem a Irmandade de seu objetivo básico que é o de ajudar os alcoólicos que ainda sofrem, e que, disputas internas por fama e poder minem sua maior força: A unidade. As Doze Tradições também garantem o caráter totalmente democrático da Irmandade, citado no início desta matéria, da mesma forma que asseguram o anonimato de seus membros.
Além da proteção conferida ao membro que inicia sua recuperação contra o estigma do alcoolismo, o anonimato lembra a todos a necessidade de colocarem os princípios acima das personalidades. Este é um ponto fundamental na recuperação de alcoólicos que, durante o alcoolismo ativo, caracterizaram-se pela megalomania e prepotência. O anonimato é uma medida salutar contra o fantasma da celebridade, tão comum aos alcoólicos na ativa, e permite a convivência entre pessoas cultural e socialmente díspares como homens e mulheres de todas as profissões, raças, credos e ideologias.
Como fazer parte ?
Existem cerca de 6.000 grupos de Alcoólicos Anônimos no Brasil, 500 em nosso Estado. Destes, 200 estão na Grande São Paulo. Estes grupos funcionam em salas disponíveis ou alugadas em igrejas, postos de saúde ou dependências locadas em prédios comerciais.
Para ingressar em qualquer um deles não é preciso pagar nada. Basta o desejo de abandonar a bebida. Alcoólicos Anônimos têm membros voluntários para reuniões informativas em empresas, escolas, hospitais, sindicatos, instituições beneficentes, igrejas, etc. e coopera, sem afiliação, com profissionais e entidades que lidam com alcoólicos.
Para obter maiores informações, ou simplesmente para saber o endereço do grupo mais próximo de sua casa, ligue para esta Central de Serviços.
Fax/fone: (11) 3315-9333 (plantão 24h) ou visite www.aa-areasp.org.br
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