A cidadania das pessoas deficientes fica em cheque quando a população assiste calada a ignorância encenadas nas chamadas "pegadinhas", sem se indignar ou se envergonhar, diante da bestialização da televisão brasileira comandadas por pseudo-apresentadores. É absurdo, para não dizer execrável, o que acontece nas "pegadinhas". É preocupante e até enigmática a atitude do público, que permanece horas prostrado diante da telinha... cena que se reproduz casa a casa, revelando a inércia moral da sociedade. O pior... é que não sei o que aflige mais, os apresentadores ou a sociedade, visto os altos índices da audiência e a falta de consciência das empresas que apostam neste tipo marketing barato. 

Vale tudo pela audiência... pelo dinheiro. Vale até reproduzir ou simular situações do cenário urbano: "atravessando uma avenida movimentada, um cadeirante solicita ajuda aos transeuntes para transpor a via e no meio da pista se atira ao chão. Rapidamente o pretenso deficiente é socorrido, carregado até margem da avenida. Ao colocá-lo no chão, se levanta e anda até a cadeira, chamando àqueles que o auxiliaram de otários, pois queria apenas dar uma voltinha - é pegadinha." Risos... se não fosse trágico. Os otários somos nós. É vergonhoso. Estou tão indignado que não encontro palavras para protestar. É lamentável... absurdo... execrável... mas o que mais me assusta, é ver que a grande maioria acha graça. Graça do quê? Da dificuldade da limitação de um cidadão. Da decadência humana. Do achincalho ao direito de cidadania. Cadê a Promotoria Pública? Cadê os Direitos Humanos? Cadê a indignação das pessoas? Cadê? 

Agora entendo a violência... entendo a guerra... entendo tantas outras coisas... parabéns brasileiros. Nós merecemos. Merecemos ter Joãos Klebers, Sérgios Malandros, Lucianas Guimenes, Gugus, Faustões e outros tantos perdidos nas grades das emissoras. Nesse ritmo... quem sabe ainda elegeremos o Bush, presidente do Brasil. 

ACORDA BRASIL!!!

[ Envie sua opinião ] a Adelino

Quem é Adelino Ozores Neto II ?

Adelino Ozores Neto II - 46 anos, jornalista, coordena a Casa de Cultura de Santo Amaro, órgão da Secretaria Municipal de Cultura / PMSP. Tetraplégico há 28 anos, é militante ativo de movimentos em prol da cidadania.Participante ativo no que tange as questões sociais, integra movimentos cívicos e políticos desde os 14 anos de idade, quando conheceu e trabalhou com os irmãos Juvenal Lino de Mattos (senador) e Agenor Lino de Mattos (deputado estadual).Em 1975, teve os estudos interrompidos no 2º grau, quando sofreu acidente (mergulho no mar) que o deixou tetraplégico. Sua deficiência física não impediu de buscar seus ideais. Apaixonado pelas belas artes e pela comunicação, realizou exposições e mostras culturais, e, idealizou vários informativos, culminando com a fundação do Jornal Nações Unidas, onde atuou por 7 anos como diretor de redação e editoração.Em 1978, passou a integrar Movimentos de Cidadania, onde também milita até hoje. Nos últimos 25 anos, dirigiu e participou de várias empresas (Over-All Comércio Exterior, Editora JNU, Intermanos Participações, Velmont do Brasil).Em 2001, assumiu a coordenação da Casa de Cultura de Santo Amaro e representação da SMC no Governo Local, neste período implantou o projeto "Mercado Cultural" onde fomenta núcleos culturais, a exemplo do Mercado Samba da Vela, Mercado Hip Hop, Mercado das Letras, Mercado da Terceira Idade, Mercado do Choro e Seresta, Mercado das Artes, Mercado Cênico, Mercado Musical, Concertos no Mercado, Mercado Sertanejo, Casulos de Cultura, ações que têm com objetivo promover a inclusão sociocultural.

[ Convide um(a) amigo(a) ] a ler esta reportagem

[ Imprima ] esta reportagem