Paulinho, Candidato do PDT à Prefeitura, apresenta seus pontos de vista a empresários da região.
Setembro 24, 2004 

A Associação de Administrador de Pessoal de Santo Amaro (AAPSA) recebeu ontem (23) o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), candidato do PDT à Prefeitura de São Paulo em 2004, que acompanhado de vários dirigentes do partido apresentou seus pontos de vista a empresários da região.

Os CEUs (Centro Educacional Unificado), uma das principais bandeiras eleitorais da atual Prefeita, foram duramente criticados, "apesar que os filhos de vários trabalhadores estão desfrutando de instalações de primeiro mundo", segundo Gilmar Viana Conceição, dirigente político da Força Sindical.

Segundo dados baseados no Diário Oficial e na Secretaria de Educação, os primeiros CEUs, cujo custo previsto era de R$ 14 milhões, custaram efetivamente R$ 17 milhões. Como cada CEU oferece um total de 2.460 vagas, e estão prevista a construção de 21 CEUs, um simples cálculo revela que os CEUs oferecerão 51.660 vagas, a um custo unitário de aproximadamente R$ 5.000/vaga. "Ninguém é contra a melhoria da qualidade de ensino ou das instalações, só que esse custo está um pouco alto, exageradamente alto eu diria", afirmou Gilmar. "Se ela [a Prefeita Marta Suplicy] estiver realmente preocupada com educação, tivesse construído escolas". Segundo cálculos dos dirigentes da Força Sindical, com o dinheiro gasto na construção de um CEU daria para construir 10 escolas de alvenaria, com 2.000 vagas cada. Novamente, fazendo contas simples, é possível deduzir que com esse dinheiro seria possível abrir 420.000 vagas a um custo unitário de R$ 700,00. Isso acabaria com o déficit de 200 mil vagas em creches e escolas municipais de educação infantil de 0 a 6 anos.

Mas não só o custo de construção dos CEUs foi criticado; o custo de manutenção desses Centros -em torno de R$ 480.000 ao mês, ou cerca de R$ 5,6 milhões/ano- foi considerado excessivo. Fazendo contas, chega-se à conclusão que o custo total de manutenção dos 21 CEUs é de cerca de R$ 120 milhões/ano. Comparado com o orçamento previsto para o programa de Reforma Agrária em todo Brasil, que no governo Lula é de R$ 400 milhões, esse custo é, para os dirigentes da Força Sindical, evidentemente exagerado.

Após a apresentação inicial, Paulinho fez uma avaliação das perspectivas políticas para as próximas eleições. Segundo uma pesquisa encomendada à Vox Pópuli, Marta Suplicy tem um índice de rejeição de 77%. O PSDB tem a máquina eleitoral do Estado, mas o PSDB tem problemas na cidade: nunca ganhou uma eleição no Município. Maluf pode até ser candidato, já que apesar de tudo o que se sabe dele mantém entre 18% a 20% dos votos, mas não passa disso. Erundina tem muitos problemas no partido; há brigas internas, e corre o risco de não disputar ("mas depende muito dos acordos lá em Brasília"). Segundo análise do Paulinho, Erundina tira votos da Marta, "algo em torno de 4% a 5%, que não é muito mas chega a ser importante". As chances do PDT, segundo Paulinho, são boas: "nós somos um dos sete partidos que temos um tempo razoável na TV". Paulinho reconheceu que os militantes da Força Sindical "são bons de fazer greve mas ruins de pedir voto", mas afirmou que seu partido está "trabalhando esse lado" da militância, para "transformar militantes sindicais em militantes partidários".

Após responder perguntas da platéia, Paulinho e os dirigentes da Força Sindical e do PDT confraternizaram com os presentes em um animado coquetel.

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