União Cívica Feminina promove ações de incentivo ao civismo
por Kívia Costa
Maio 21, 2007
Defesa da democracia, das instituições vigentes, da Lei, da Ordem e da Liberdade
do País: por razões comunitárias e senso de dever cívico. Estes têm sido os
princípios norteadores da União Cívica nos seus 45 anos de existência. Criada
por um grupo que achava que a mulher tinha que ter uma participação mais efetiva
na política nacional, a entidade continua a fazer campanhas públicas de
incentivo ao civismo e de prática da democracia.
"Temos um posicionamento político não partidário. Quando aconteceu a Campanha
das Diretas Já ou todos esses escândalos políticos no congresso, nos
manifestamos", conta a atual primeira-secretária da entidade, Maria Thereza. Na
ocasião dessa recente crise de corrupção no congresso, a UCF organizou uma
vigília para colhimento de assinaturas. Durante uma semana, os membros da
entidade se revezaram nas 24 horas de cada dia para montarem um abaixo assinado
"manifestando repúdio e pedindo providências para que fossem esclarecidos todos
os fatos, para que sindicâncias fossem abertas, para que as comissões
funcionassem", conta Maria Thereza. Nessa mesma época, participaram também, em
conjunto com outras entidades que formam o movimento Mulheres da Verdade, de
atos como a entrega de fitinhas brancas a carros na Avenida Paulista e a ida de
mulheres vestidas de preto na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Para a entidade, o exercício da cidadania está intimamente ligado à educação.
Por isso, além de organizar campanhas de educação no trânsito, procuram ter uma
participação efetiva junto às escolas. "Uma das coisas que nós percebemos é que
muitas vezes é feriado e as crianças não sabem por quê. Não sabem que é feriado
porque teve um acontecimento importante para a história do país, que foi um
exercício de cidadania, como foi o Nove de Julho aqui em São Paulo [data da
Revolução Constitucionalista]", diz Maria Thereza.
Como conta a segunda-secretária da UCF, Mirian Tanaka, "o objetivo é lembrar
feitos, fatos e datas". Para tanto, são organizadas em escolas campanhas ligadas
à educação cívica, como concursos de redações e desenhos relacionados a uma
determinada data histórica. Na ocasião do Dia da Bandeira, foi organizado um
concurso em que os melhores trabalhos foram premiados com medalhas. "Valorizamos
a participação, a proximidade com a cultura. Todas essas ações vão fazendo o ser
humano crescer, e a criança é um foco, pois está pronta para ser transformada".
Para aprofundar conhecimentos em temas de cunho político e social, são
organizadas também palestras e conferencias. Os temas são os mais diversos, do
Natal e significado da família à segurança pública. Também os palestrantes são
bem heterogêneos: político, padre, defensor público. Todas são abertas e têm o
objetivo de, através conhecimento mais profundo, criar melhores condições de
debate.
Como a União Cívica é um trabalho voluntário, nenhum de seus cargos é
remunerado. Ela se mantém com uma anuidade que seus associados estão sujeitos a
pagar e com eventuais doações. Para os interessados em fazer parte da entidade,
o primeiro passo é procurar seus membros. "Em uma conversa em que vemos que uma
pessoa tem os mesmos interesses, está disposta a trabalhar, a contribuir com o
que já fazemos, ela é sempre bem-vinda", diz Maria Thereza. A UCF é formada por
uma diretoria e por um conselho de 27 membros, que se reúnem periodicamente.
Histórico
A União Cívica Feminina foi criada em 1962, em um momento agitado da histórica
política, a fim de levar às mulheres brasileiras estímulo para uma ação cívica
comunitária e de esclarecimento da opinião pública. "As fundadoras achavam que
precisava ter uma participação feminina mais forte em favor da democracia. As
mulheres ficavam bastante restritas ao ambiente doméstico e precisavam ter um
espaço para que também elas se manifestassem contra ou a favor do que estava
acontecendo". Embora fundada somente por mulheres, hoje conta também com a
participação masculina.
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