Zôo Safari inaugura nova ala
com jacarés e tartarugas
Agosto 30, 2001
[ Avise um amigo ] sobre este assunto
A partir desta
quinta-feira, dia 30, o Zôo Safári conta com um novo território especialmente
desenvolvido para a exposição de répteis. Nele já podem ser visitados seis
jacarés adultos da espécie papo-amarelo e tartarugas tigres d’água.
O território inclui uma lagoa, área gramada para a livre movimentação dos
animais e a necessária praia de areia, onde os animais de sangue frio tomam
banho de sol, necessário para acelerar seu metabolismo.
Para o diretor-presidente do Zoológico,
Paulo Magalhães Bressan, os novos animais expostos pertencem a espécies
brasileiras e as cinco fêmeas de jacaré foram conseguidas mediante permuta
feita com animais nascidos na própria instituição.
Um Zoológico do Sul do Brasil precisava de cervos dama-dama, que nascem freqüentemente
no Zôo Safári, entregando em troca jacarés acostumados à exposição às
baixas temperaturas do inverno.
O jacaré macho veio do Zoológico, que colaborou também cedendo as tartarugas
tigres d’água, de uma espécie originária do Rio Grande do Sul e que tem
sido muito estudada pelos pesquisadores do Zoológico, que tanto reproduzem o
animal, como desenvolvem uma técnica de identificação pelo desenho do casco.
Réptil da mata atlântica
O nome científico do jacaré-de-papo-amarelo é Caiman latirostris,
conta o responsável pelo Setor de Répteis do Zoológico, Flavio de Barros
Molina. A espécie é natural dos rios da Mata Atlântica. Originariamente essa
espécie podia ser encontrada do Nordeste brasileiro até o Uruguai e Argentina,
mas com a destruição da mata e a poluição dos rios, o animal já foi extinto
em várias áreas.
Chegando a 2,20 metros de comprimento, o jacaré-de-papo-amarelo pode pesar 40
quilos e come uma vez por semana no inverno e no máximo duas vezes, no verão,
quando seu metabolismo é um pouco mais alto. Na natureza a espécie se alimenta
de peixes, insetos e também de caracóis e faz um ninho de folhas com até 80
centímetros de altura, onde são postos de 20 a 30 ovos, que eclodem em 80
dias, em média.
Ao contrário dos demais répteis, a fêmea do jacaré demonstra preocupação
com a prole, protegendo o ninho, ajudando os filhotes a nascerem e carregando os
recém-nascidos até a água.
O comportamento da espécie é pouco conhecido, porém o Zoológico de São
Paulo desenvolveu um projeto, em conjunto com o Zoo de Milwaukee, nos Estados
Unidos, para conhecer a termorregulação do jacaré-de-papo-amarelo, isto é,
para identificar como a temperatura interna do animal evoluía, na medida em que
ele assumia o comportamento característico que o caboclo chama de ficar
“quentando sol”.
Minúsculos rádio-transmissores foram deglutidos pelos jacarés, juntamente com
a carne oferecida para sua alimentação, e foi possível comprovar que enquanto
a temperatura o ar era de 24°C, por exemplo, a temperatura interna do jacaré
se elevava a 36º. Esse estudo foi importante para a reprodução do réptil em
cativeiro, o que por sinal já foi conseguido no Zoológico de São Paulo.
[ Imprima ] esta reportagem
Publicado no Sampa Online ( www.sampaonline.com.br ), o portal da Zona Sul de São Paulo