Um dos expoentes da Geração 80 de artistas de rua participa da série Cada Voz

Outubro 01, 2020

Um dos precursores do graffiti no Brasil e especializado na técnica de estêncil, Celso Gitahy, é o próximo a participar da série Cada Voz no site da Enciclopédia Itaú Cultural, que, mensalmente, desde agosto, dedica seus episódios a esta arte de rua. O vídeo estará disponível a partir do dia 5 de outubro.

Gitahy tem participação ativa na formação da arte urbana em São Paulo e no Brasil. Conhecido por usar elementos da cultura pop e do consumo para criar obras de crítica social em espaços urbanos, é o terceiro dentro deste grupo a falar sobre sua trajetória profissional e pessoal. Os bate-papos são conduzidos pelo fotojornalista Marcus Leoni, que já conversou com Derlon e Zezão - o público pode ver ou revisitar aqui. Em novembro, a entrevista é com Nina Pandolfo.

O grafiteiro conta que nasceu em uma família de artistas e herdou os materiais de trabalho e livros de referência do pai, que perdeu precocemente. A escolha pelo curso de artes na universidade não foi uma surpresa, mas o graffiti sim. Inspirado por um método que ultrapassa o uso de pincéis e sua rotina de higienização, a sua referência foi o grafiteiro e artista plástico Alex Vallauri.

Cansado do meio formal da arte, desistiu de inscrever seus trabalhos em salões por volta dos anos 1980, mas seguiu trabalhando com o estêncil e a pintura sobre papel. Foi também nesta mesma década que a arte libertária dos grafiteiros começou a invadir o espaço urbano, até mesmo em portas e fachadas de lojas e em camisetas.

Algumas exposições nos anos de 1980 foram seminais para realçar o movimento representado por Alex Vallauri, Arthur Lara, Carlos Matuck, Celso Gitahy e Vado do Cachimbo, entre outros precursores. Gitahy, então, se tornou um dos expoentes da Geração 80 de artistas de rua. Pensando em sua trajetória artística, afirma que o segredo é sempre se reinventar e evitar cair na zona de conforto.

Para além do graffiti e do estêncil, a expressão artística de Gitahy passa pela pintura, poesia e pelo livro de artista. Ele também realiza palestras, curadorias e oficinas, além de publicar artigos em periódicos acadêmicos e livros, como O que é Graffiti, de 2002, integrante da coleção Primeiros Passos, da Editora Brasiliense. Em 2010, incorporou às suas obras materiais como neon, acrílico e objetos cotidianos, criando composições que fazem referência à vida pós-moderna.

Serviço

Cada Voz
Com Celso Gitahy
Dia 5 de outubro
Disponível no site

Itaú Cultural

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