Instalação de bicicletários visa incentivar o uso de bicicleta como meio de transporte
Março 16, 2007
Integrar o uso de bicicletas com o transporte público na Cidade. Medida de curto
prazo que contribui com o uso da bicicleta como meio de transporte na Capital,
esse foi um dos temas abordados durante o workshop “Um novo olhar sobre a
bicicleta e a cidade”, realizado ontem no edifício Matarazzo, sede da Prefeitura
de São Paulo.
O encontro discutiu o uso da bicicleta como opção de transporte urbano nas
cidades, apresentando ações relacionadas a políticas públicas e avanços nas
esferas municipal, estadual e federal. O debate foi promovido pela Companhia de
Engenharia de Tráfego e pelas Secretarias de Transporte, Pessoa com Deficiência
e Mobilidade Reduzida, Verde e Meio Ambiente, e Esportes, Lazer e Recreação.
O secretário do Verde e do Meio Ambiente defendeu a instalação de bicicletários
como uma medida mais efetiva na transformação da bicicleta em meio de
transporte. “É o investimento mais inteligente, barato e de retorno mais
imediato de apoio ao ciclista, pois você acopla o ciclista ao transporte
coletivo”, explica. Um exemplo desta ação está sendo implantado no Terminal
Parelheiros, na Zona Sul. O local vai receber um bicicletário com 300 vagas. Ou
seja, o usuário pode fazer o primeiro trajeto, até o terminal, de bicicleta, que
fica estacionada com segurança no bicicletário enquanto ele utiliza o transporte
público para chegar a seu destino final.
O secretário lembrou também que, desde o início de 2005, as políticas públicas
que contemplem os ciclistas e os pedestres receberam tratamento prioritário, com
a criação de um grupo de trabalho específico e permanente sobre as bicicletas na
Cidade. O secretário elogiou também a aprovação da Lei nº 14.266, que, segundo
ele, “garante a perenidade deste projeto, uma política pública permanente no
Município”. A lei criou o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo e
estabeleceu ações e metas, que já vêm sendo desenvolvidas pelo grupo
Pró-Ciclista, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
“Os perigos e desafios do ciclista são muitos”, diz Laura Lúcia Vieira Ceneviva,
coordenadora do projeto Pró-Ciclista da Prefeitura de São Paulo, “porque ele não
tem um sistema viário disponível, nem uma sinalização específica para ele”.
Segundo a coordenadora, outro problema é a nossa cultura de conduzir. “O
ciclista entra na violência do trânsito. Ele é um veículo a mais, e é o veículo
mais frágil de todos. Isso aliado à falta de hábito do uso da bicicleta em São
Paulo são as dificuldades do ciclista em São Paulo”.
Segundo ela, no curto prazo, o grupo Pró-Ciclista busca lançar propostas e
implementar o investimento em infra-estrutura disponível para o ciclista, como
os bicicletários e as ciclovias, entre outros. Outras ações são a participação
do grupo em discussões de normas de padronização e de equipamento, que facultam
a entrada do ciclista na estrutura viária.
O presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) acredita que já é tempo
de a bicicleta integrar o transporte na Capital. “Não dá para ignorar esse
importante modo de transporte, que já passou do tempo de ser exclusivamente um
meio de lazer. A integração das bicicletas com o transporte público é possível e
desejável”.
O presidente da CET destacou, porém, a dificuldade que é, num bem cada vez mais
escasso como é o espaço público, criar espaços seguros para a circulação de
bicicletas – de acordo com ele, um ciclista morre a cada quatro dias na Capital.
A mudança mais necessária é cultural, explica. “É preciso investir não apenas na
parte de engenharia civil, viária, mas também na parte comportamental. Não só o
comportamento do ciclista, mas também o do motorista, do pedestre, encontrar uma
convivência que seja segura”.
Laura Ceneviva tem a mesma opinião. “Promover mudanças sociais. Você consegue
fazer isso pelo convencimento a cada pessoa que adere à idéia que você está
advogando. Essa é a forma que a gente tem de atuar. As pessoas têm de pegar as
vantagens e desvantagens da bicicleta e mudar seus comportamentos”, comenta. “E
eu acho que isso já começou. Começamos nosso trabalho em 2005 e hoje não
conseguimos mais atender todas as solicitações que a gente recebe. A gente
percebe que está mudando, sim, a mentalidade”.
A Prefeitura está incrementando a estrutura de transporte em bicicletas. Em
2006, foram investidos R$ 700 mil nas melhorias cicloviárias. A região de
Parelheiros recebeu a sinalização da ciclovia da estrada da Colônia, com 2,15
quilômetros. As obras de extensão da Ciclovia da Estrada de Colônia, em 2,2
quilômetros, serão iniciadas neste ano.
Na avenida Inajar de Souza, na Zona Norte, foi iniciado em 2006 o projeto e
implantação de melhoramento cicloviário, prevendo uma extensão de 6,289
quilômetros e sinalização. Também foi iniciado projeto para a criação de
ciclovia no parque linear que será construído ao longo do córrego Itaim, em
Itaim Paulista, com cerca de 3 quilômetros. A Subprefeitura Itaim está
elaborando projeto para a criação de ciclovia em área onde foi feita a remoção
de uma favela, promovendo conexão com a estação da CPTM.
Em novembro de 2006 foi iniciada a elaboração de projeto de implantação de
melhoramento viário no Morumbi, Vila Sônia, Previdência e Cidade Universitária,
incluindo sinalização. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente recebeu, neste
mês, mil paraciclos em “U”, que serão instalados em parques municipais e locais
indicados pelas Subprefeituras, CET, Secretaria de Esportes e outros órgãos que
se interessarem. O paraciclo é uma estrutura para o estacionamento seguro das
bicicletas, que podem ser presas pelas duas rodas e pelo quadro.
Além disso, no licenciamento ambiental do corredor de ônibus da avenida Vereador
José Diniz e do Expresso Tiradentes, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e
a Secretaria de Transportes acordaram a construção de bicicletários em várias
estações do corredor. E também de ciclovias e ciclofaixas. Outras ações ainda
não iniciadas estão programadas no âmbito do Pró-Ciclista: a extensão da
ciclovia da estrada de Colônia e o projeto de sinalização para tráfego
compartilhado em Ermelino Matarazzo, numa extensão de 11,5 quilômetros.
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Fonte: Assessoria de comunicação da Prefeitura do Município de São Paulo
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