Shows de música brasileira e hip hop ditam o ritmo da terceira semana do Festival Arte como Respiro – Edição Música

Outubro 08, 2020

Entre 14 a 18 de outubro (quarta-feira a domingo), sempre às 20h, o Itaú Cultural apresenta na terceira semana do Festival Arte como Respiro – Edição de Música, no site da instituição www.itaucultural.org.br, mais um recorte do trabalhos contemplados neste segmento entre os editais de emergência realizados pela instituição para apoiar artistas impactados pela suspensão social no contexto da pandemia do Covid-19. Desta vez, 15 artistas fazem três pocket shows por dia, com projetos autorais, previamente gravados, de Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

Disponível para ser assistida virtualmente por 24 horas, a programação conta com apresentações de músicos da nova cena do hip hop nacional artistas da nova cena do Hip Hop nacional e outros mais conhecidos da música brasileira. Intercalada com os espetáculos de artes cênicas do festival, a agenda da quarta semana de música volta no dia 28 e segue até 1º de novembro.

Abre a programação, no dia 14/10 (quarta-feira), às 20h, o show de Craca e Dani Nega, que unem a música eletrônica e rap para apresentarem suas principais músicas de trabalho. Destaque para o primeiro single da dupla, Sou Preto Mesmo, música que faz uma reflexão sobre apropriação cultural, e Papo Reto, uma conclamação à luta contra o machismo com ritmos de trip hop. A dupla encerra a apresentação com a música Na faca, na fúria, no grito e no dente.

Em seguida, a cantora e compositora Yane Lopes apresenta, com voz e guitarra elétrica, três músicas de seu repertório. Em versão acústica, mas sem fugir do estilo bossa nova, MPB e jazz, ela inicia com a música Papel, inspirada no sentimento de liberdade e de poder fazer o que se ama. Depois, toca Um Só, que fala sobre emoções e querer muito ter uma companhia ao lado. O show encerra com um Tão longo amor, canção inspirada nas histórias de pessoas que perderam seus companheiros repentinamente.

Para fechar a noite, o cantor e compositor João Amorim apresenta os ritmos latino amazônicos. Acompanhado do violonista Fabinho Costa e do percussionista Hian Moreira Amorim inicia com India Waiãpi, canção que traz um ritmo zouk e descreve uma mulher indígena residente no Amapá. Em seguida, toca Mercado Central, canção com os ritmos do batuque do Urial, sobre os pontos turísticos da região. Para completar o show, não poderia faltar Passa, Tchonga!, principal canção do cantor amapaense. Ao som de guitarradas, baião, batuque e salsa, a música foi responsável por projetá-lo no cenário nacional.

No dia seguinte, quinta-feira, 15/10, também às 20h, a intérprete pernambucana Luiza Fittipaldi apresenta três canções que refletem a música popular brasileira, com sotaque nordestino, em voz e violão. A cantora e compositora inicia com a música Por Hora, uma reflexão sobre a saudade que sentimos de quem amamos. Depois, toca Involução, um questionamento sobre a racionalidade humana. A apresentação encerra com sua música Geração, uma mensagem para as pessoas que carregam um sentimento reprimido.

Depois dela, é a vez do cantor e percussionista mineiro, Cristiano Cunha, e da cantora paulista Fabiana Cozza. A dupla interpreta os ritmos do samba e da música eletrônica em três canções que fizeram em parceria. Com destaque para os ritmos extraídos de sons corporais, a dupla apresenta suas canções Verbo, Para Omara e Orí.

Para encerrar a programação da noite, Jards Macalé, um dos mais importantes nomes da música brasileira, apresenta três canções autorais que marcam seu estilo moderno, irreverente, inquieto e transgressor. A primeira delas é Trevas, do seu álbum Besta Fera, indicado na categoria Melhor Álbum Latino de Música Popular Brasileira, na edição de 2019 do Grammy Latino. Com performance em voz e violão, o músico toca também suas músicas de sucesso Farinha do Desprezo e Trevas, ambas gravadas na década de 1970.


Crédito: Felipe Giubilei

Na sexta-feira, 16/10, às 20h, RAPadura, um dos primeiros artistas cearenses a unir os ritmos do rap com o baião, apresenta sua linguagem musical, com letras de protesto misturadas com a tradicional cultura nordestina. Para essa performance, ao som da guitarrada e do teclado, o artista canta a música Quebra-Queixo, com rimas que criticam a violência e o abuso contra as mulheres, e suas composições É Doce mais num é mole e Norte Nordeste me Veste. Esta integra seu primeiro EP, Fita Embolada do Engenho, gravado em 2009.

Seguindo com o hip-hop clássico, o campo-grandense GF Gahiji apresenta três composições autorais que mostram como o incentivo à cultura pode salvar vidas. Na primeira delas, Black Mamba/Dear Kobe, ele faz uma homenagem ao ex-jogador de basquete da NBA Kobe Bryant, morto em um acidente de helicóptero no começo deste ano. Em seguida, canta Perspectivas, uma reflexão sobre como o medo impacta na vida das pessoas. Para encerrar, Vai Virar carrega uma mensagem de protesto sobre a realidade dos jovens da periferia.

No terceiro e último show da noite, Evandro Fióti toca suas referências musicais em apresentação intimista com voz e violão. Com a música Gente Bonita, faixa título do seu primeiro EP, gravado em parceria com seu irmão Emicida, o artista homenageia a cultura brasileira com ritmos da música brasileira. Depois, apresenta a canção Nego Lutou, um protesto sobre a discriminação enfrentada pelos negros e a falta da representatividade. Para encerrar, Será que Eu me Permito, sua canção mais recente, fala sobre liberar os sentimentos mais profundos, arrependimento e o medo de repetir erros do passado.

A programação do final de semana é totalmente dedicada à música regional e ao hip hop. No sábado, 17/10, às 20h, o irreverente rabequista alagoano Nelson da Rabeca apresenta os ritmos da cultura local com três canções autorais. Ao lado de sua parceira e vocalista Benedita da Silva ele toca a instrumental Saudade de viajar, e, em seguida, as obras Rabequiê, Pense meu Filho e Quem tiver dormindo acorde.

Logo depois, representando a música popular paraibana, Odete de Pilar canta obras que carregam raízes de manifestações culturais de sua região. Na música Rosa, ela é acompanhada pelo tecladista Felipe do Monte. Em Foi no Porão, canta à capela. Na última música, Olê Olá, ela se apresenta com a participação especial do sanfoneiro, Erivaldo Pontes.

Navegando pela cultura nortista e nordestina do bumba-meu-boi, a orquestra Boi do Una apresenta um repertório carregado com o sotaque do Maranhão, em ritmos que se assemelham ao do xote. Apresentando manifestações folclóricas há 20 anos, o grupo escolheu para este pocket-show as canções A Tardinha, Nosso Amor e Verão em Morros.

No domingo, dia 18/10, também às 20h, o Nordest-Side, uma das grandes revelações do hip hop cearense atual, selecionou três músicas que promovem a música alternativa na cidade de Itapipoca. Para essa apresentação, o grupo, formado por NZ, Dcm Negro e DuVerso, interpreta para o público suas canções Amores e Rancores, Máfia dos Cabeça-Chata e Leve e Letal.

Seguindo pelo hip hop, desta vez na cena baiana, às MC’s Mirapotira e Cíntia Savioli, integrantes do grupo Rima Mina, mostram que o estilo também conta com o protagonismo das mulheres. Para essa performance, em formato freestyle e com mensagens de empoderamento feminino, elas cantam as músicas Todo mundo Finge, Rap ou Nada e Sobrevivente da Rua!.

Para encerrar a noite, a apresentação é do projeto Santa Mala, grupo de rap formado por Jenny, Pamela e Abigail Llanque, três irmãs costureiras de La Paz, na Bolívia, que vivem em São Paulo. Com as músicas Es for Life, 19 de Deciembre e Raza, as artistas cantam no ritmo do hip hop latino.

Serviço
Festival Arte como Respiro – Edição Música – Autoral
De 14 a 18 de outubro (quarta-feira a domingo)
Sempre às 20h
No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br