Sequência cênica no site do Itaú Cultural e lives nos canais de artistas marcam segunda semana do Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas

Julho 24, 2020

O Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas entra em sua segunda semana e de 22 de julho a 5 de agosto expande os espaços de exibição do primeiro recorte de contemplados na série de chamamentos realizados pelo Itaú Cultural desde março, para apoiar artistas de diferentes áreas impactadas pela suspensão social no contexto da pandemia do covid-19. Neste novo período da programação, 16 obras gravadas antes ou durante o isolamento social são exibidas no site do Itaú Cultural, onde podem ser assistidas por 24h, cada uma, enquanto outras 17 contempladas, por sua natureza efêmera ou etária – como previsto no edital –, seguem nos canais e redes oficiais dos artistas, como outros palcos de um grande festival que se espalha por diferentes formatos e espaços, agora inteiramente virtuais. Ao longo do ano, a instituição subirá no ambiente digital os demais trabalhos contemplados neste edital, assim como nos de música, literatura, poesia surda, artes visuais e audiovisual.

No site do Itaú Cultural, a programação está dividida em sessões noturnas voltadas ao público adulto, com início sempre às 20h, e aos finais de semana, às 15h, em horário reservado para crianças – ambos com obras curtas de abertura. Já as apresentações fora deste ambiente seguem em dias e horários variados, que podem ser conferidos pelo público nas comunicações online da instituição.


Crédito: Jean Charles Mandou

Diversidade em casa

Na sexta-feira, 24 de julho, a reflexão sobre o não-contato exigido no momento atual é o ponto central de Touch, que abre a noite, às 20h. A cena, dos cariocas Joseane Martins Costa e Tomek Kapuscinski, discute sobre a necessidade do não-toque na atualidade que, apesar de criar um vazio no coração, é a esperança para salvar outras vidas. A video-dança Estilhaço ou Carcomer Silenciosamente, de Anna Behatriz, traz vozes que invadem o íntimo de um corpo, procurando e apontando o perigo de sua existência.

A noite conta, ainda, com #QUEERANTENA – Puro Teatro, do grupo pernambucano Teatro de Fronteira. A relação teatro e identidades sexuais guia esta intervenção literária, performática e audiovisual que narra a trajetória de um “menino”, que descobre, a um só tempo, a potência do palco para dar vazão às suas fantasias de gênero, e os chamados da norma masculina para que saia imediatamente de cena.

Fim de semana

As apresentações do festival voltam a ampliar o palco e a plateia virtuais para as crianças no final de semana, além das sessões para os adultos. No sábado, 25, a faixa voltada para os pequenos abre com a paulista Caravana Tapioca em Batata Quente, versão adaptada para o vídeo de uma cena da peça Chá Comigo. Nela, a personagem Nina ensina de maneira engraçada como cozinhar uma receita recheada de humor. A criançada também confere Guia Improvável para Corpos Mutantes, espetáculo de dança do gaúcho Airton Tomazzoni, no qual bailarinos criam um universo imaginário e lúdico para o corpo que dança, abordando temas como o incentivo à criatividade, o respeito às diferenças, a afirmação da diversidade e os sabores e desafios da tecnologia na atualidade. 

A sessão da noite tem início com o Coletivo Ará Ijó, de São Paulo, em (DIZ)carrego, cena em que quatro intérpretes diferentes, moradores de quatro periferias distantes, conversam sobre corpos pretos como alvos.  O dia fecha com o espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias, do também paulista Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Confinados em um teatro, atores e DJs esperam para entrar em cena e acabam dando início a um jogo no qual atores e personagens confrontam diferentes visões de mundo a cada cena.

Encerrando o primeiro bloco do Festival Arte como Respiro, no domingo, 26, às 15h, a Cia. Pavio de Abajour reflete, de forma lúdica e poética, sobre o vazio que nasce quando a esperança morre, em Transmutação do Vazio. Tendo como ponto de partida a mutação da lagarta em borboleta, a personagem central busca ver o confinamento no casulo não como renúncia à liberdade, mas como oportunidade de se conectar e de dar ouvidos ao vazio de cada um. 

Em seguida tem O Mistério do Sapato Desaparecido, teatro de objetos da companhia Teatro Por Um Triz. Nele, um sapato-detetive sai à procura do sapato da Cinderela, que sumiu, chegando em uma sapataria que reúne famosos calçados das histórias infantis, como a Bota Sete Léguas, do Pequeno Polegar, de Charles Perrault, e os Sapatinhos Vermelhos, de Hans Christian Andersen.

A sessão das 20h, por sua vez, abre com Ritual de proteção em Quarentena, vídeo criado pelo grupo carioca Dembaia no período de isolamento social, a partir da provocação de como fazer arte nesse momento inédito. Eles usam a videoconferência para estabelecer novas pontes com o sagrado, a poesia, a dramaturgia, o corpo, a dança e a música.

A programação do festival no site do Itaú Cultural encerra com Poracê – O Outro de Nós, da Cia. Dançurbana. A apresentação parte do significado da palavra poracê, da língua indígena Nheengatu, que significa dança de celebração, baile ou arrasta-pé. No espetáculo, coreógrafos e intérpretes-criadores com experiências e trajetórias distintas investigam suas identidades, nomes, origens e relações no estado do Mato Grosso do Sul, de onde vem, refletindo sobre diversidade, perecimento ao lugar, encontro de fronteiras, pluralidade de culturas e as linguagens que os atravessam.

Serviço
Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas
De 22 a 26 de julho (quarta-feira a domingo)
No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br

De 23 de julho a 5 de agosto
Nas redes sociais dos artistas (os endereços e a programação completa podem ser consultados no site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br)

Itaú Cultural
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