O Itaú Cultural realiza no dia 19 de julho (sexta-feira), às 11h, mais uma edição do Camarim em Cena, programação que desta vez recebe Renato Borghi, um dos principais nomes do teatro brasileiro. Aos 82 anos e em plena atividade profissional, o ator e autor participa de uma conversa aberta ao público, mediada pelo crítico teatral Valmir Santos. Ele fala sobre sua preparação e rituais antes de subir aos palcos e sobre os mais de 60 anos de uma carreira iniciada no Rio de Janeiro, mas essencialmente concentrada em São Paulo.

Renato Borghi tem uma intensa e longa trajetória artística, em um percurso que passa pelo teatro, televisão e cinema. Em 1958, fundou o Teatro Oficina, em São Paulo, com José Celso Martinez Corrêa. Ali realizou trabalhos que marcam os palcos e se tornaram referência para as novas gerações, como Pequenos Burgueses (1963), Andorra (1964), Rei da Vela (1967), Galileu Galilei (1968) e Na Selva das Cidades (1969).

Nos anos de 1970, fundou o Teatro Vivo ao lado da atriz Esther Góes, com quem produziu espetáculos impactantes, pela resistência à ditadura militar. É o caso de O Que Mantém Um Homem Vivo (1973) e Mahagonny (1976), de Bertolt Brecht, Murro em Ponta de Faca (1978), de Augusto Boal, Um Grito Parado no Ar (1973), de Gianfrancesco Guarnieri, e Calabar (1980), de Chico Buarque e Ruy Guerra.

Na década seguinte, apostou na sua verve de dramaturgo e escreveu peças com grande repercussão, como A Estrela Dalva e Lobo de Ray Ban, ambos de 1989. Inquieto, fundou em 1993, com o ator Elcio Nogueira Seixas, o Teatro Promíscuo, companhia que obteve grande êxito, alternando montagens de clássicos e dramaturgos contemporâneos.

Atualmente, com 82 anos completados em março, Renato Borghi mantém uma constante atuação artística. Só em 2018, estreou dois grandes espetáculos. Um deles foi Romeu&Juleita80, inusitada montagem do clássico de William Shakespeare, na qual o casal central é vivido por Borghi e a atriz Miriam Mehler, ambos com mais de 80 anos. O outro foi Molière, peça dirigida por Diego Fortes, na qual vive a personagem Arcebispo Pérefixe.

Sobre o mediador

Valmir Santos é jornalista e crítico. Idealizador e editor do site Teatrojornal – Leituras de Cena (2010). Repórter desde 1992, em publicações como Folha de S.Paulo, Valor Econômico, Bravo! e O Diário, de Mogi das Cruzes. Autor do texto de Atos de existência: 30 anos do Núcleo de Artes Cênicas do Sesi-SP (2017) e da análise histórica do livro de fotografia O Tapa no Arena: repertório em imagens (Edições Sesc, 2015). Colaborador em curadorias ou consultorias de mostras ou festivais. Mestre em artes cênicas pela USP. Membro da Associação Internacional de Críticos de Teatro (AICT-IAC). Ator amador na fundação do Grupo Pombas Urbanas (1989), em São Miguel Paulista, bairro onde nasce, décimo de doze filhos de migrantes baianos.

SERVIÇO

Camarim em Cena com Renato Borghi

Mediação: Valmir Santos

Data: 19 de julho (sexta-feira), às 11h

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre

Sala Multiúso (Piso 2)

Capacidade: 50 lugares

Interpretação em Libras