O jornalista e engenheiro Paulo
Ludmer explora o universo feminino em "ALCINHAS", seu terceiro
livro de ficção Data: dia 8 de novembro,
quinta-feira
Em "Alcinhas", Ludmer aperfeiçoa a linguagem poética característica de sua produção literária. No livro, o autor assume a busca por um texto mais acessível, sem o hermetismo muitas vezes abraçado pela poesia, fato verificado em suas obras anteriores: "Linguaçodada" (Ed. Massao Ohno, 1994) e "Outrarias" (Ed. Massao Ohno, 1998). "Eu acredito que, neste terceiro livro, progredi na clareza, sem fazer concessões ao rigor e à estética literária", diz o autor. Cerca de 50 textos compõem o livro, entre contos, crônicas e poesias. "Quando eu escrevo espontaneamente, sai poema, um gênero que hoje costuma não ser narrativo. A minha prosa inevitavelmente é contaminada por ingredientes da poesia. Os meus textos trabalham na fronteira entre conto curto e crônica, o que dificulta qualquer classificação. Melhor ler sem rotular. São empilhamentos de textos de três gêneros: prosa poética, conto e crônica; que são melhor vistos no conjunto", afirma o autor. Ludmer faz referência a 40 mulheres, homenageadas em uma das páginas iniciais da obra, para percorrer sutilezas do comportamento feminino em "Alcinhas". Fatos comuns do dia-a-dia tornam-se pressupostos para a construção do texto. Uma xícara, o papel higiênico, como exemplos, são utilizados pelo escritor para navegar no universo feminino, esmiuçar os detalhes que surgem dos fatos comuns. "O leitor se encanta com a personalidade feminina. Já a leitora se identifica com a percepção de traços femininos desvelados. Um homem, por exemplo, nunca vai compreender o que significa para uma mulher tirar a blusa", diz Ludmer. O professor e crítico literário Carlos Felipe Moisés acredita que Ludmer traça novos rumos em seu terceiro trabalho de ficção. "A sufocante mesmice do cotidiano é revirada do avesso, por um olhar substancialmente rebelde, disfarçado sob a máscara da observação neutra e distanciada. Trata-se, na verdade, de um olhar ávido de novidade e desafio, que não se complaz em registrar as trivialidades do mundo, mas busca extrair de suas entranhas o insólito, o inquietante nonsense que se refugia no cerne de toda experiência de vida", afirma Moisés. Trajetória - Paulo Ludmer é jornalista, professor e engenheiro, músico, artista plástico e psicodramatista. "Alcinhas" encerra a trilogia precedida por "Linguaçodada" e "Outrarias". Entre os prêmios literários que o autor recebeu estão: Prêmio União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 1995, por "Linguaçodada" e Prêmio O Capital, de Sergipe, em 1999, de melhor obra do ano para "Outrarias". Esta produção também teve dois textos premiados: "Entre Linhas" (III Concurso Casa da Palavra, 1997) e "Desda" (Prêmio Edição Literis, 1998). O autor também publicou "Perdas e Gulas Crônicas Elétricas Brasileiras" (MM Editora, 1994) e "Crônicas e Correntes Armadilhas Elétricas Brasileiras" (MM Editora, 1999). Ludmer participa de uma oficina de escritores em São Paulo, que tem como coordenador o professor doutor da USP Carlos Felipe Moisés. [ Avise um amigo ] sobre este assunto [ Imprima ] esta notícia. |