Novembro 16, 2020
A exposição Histórias da dança, que seria apresentada no MASP entre junho e novembro deste ano, vai ocorrer, a partir de 16 de novembro, na forma de uma antologia, um catálogo, um espaço especial no site do museu e uma live no perfil do @masp no Instagram.
As mudanças decorrem de ajustes orçamentários e de logística que precisaram ser feitos no contexto da pandemia de covid-19 e impossibilitaram a mostra física de ocorrer como havia sido planejada, reunindo mais de 200 obras de arte nacionais e internacionais, entre performances ao vivo, vídeos, pinturas, tecidos, esculturas, desenhos, instalações comissionadas e documentação de arquivo.
A solução encontrada pelos curadores, Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Julia Bryan-Wilson, curadora adjunta de arte moderna e contemporânea, e Olivia Ardui, curadora assistente, foi a de apresentar ao público uma memória parcial do que teria sido Histórias da dança. Afinal, esse também é o ciclo temático que guia a programação do museu 2020.
Sobre os materiais
Um catálogo servirá de registro do que seria a exposição e contemplará ensaios dos curadores, lista de artistas, textos abrangentes sobre os núcleos que dividiriam a exposição e quais obras ocupariam cada uma dessas seções. À venda a partir de 20 de novembro (R$ 129,00).
Uma antologia (R$ 50,00), já à venda no museu e pelo site masploja.org.br, reúne 28 textos de referência e derivados das apresentações dos seminários internacionais sobre o tema organizados entre 2018 e 2020. São materiais que foram fundamentais para a curadoria desenvolver o projeto da exposição.
Além disso, haverá no site do museu um espaço dedicado especialmente à exposição, onde serão apresentados textos resumidos sobre os núcleos e imagens de grande parte dos trabalhos da mostra (masp.org.br/).
De 16 de novembro a 2 de dezembro, o Instagram do @masp também irá focar conteúdos relacionados à Histórias da dança.
No dia 30 de novembro, às 18h, Julia Bryan-Wilson e Olivia Ardui irão participar de uma live na mesma rede social para falar sobre o processo de realização da mostra e as publicações relacionadas à ela. A conversa será em inglês, mas será legendada posteriormente e disponibilizada no IGTV e no canal do museu no YouTube.

O conceito de Histórias da dança
Mais do que propor uma narrativa cronológica sobre a história da dança, ou ainda um percurso exaustivo sobre as relações entre dança e artes visuais, a exposição Histórias da Dança propõe uma reflexão sobre políticas do corpo em movimento. Exposições anteriores investigaram momentos históricos em que dançarinos e artistas colaboraram intimamente, como foi o caso dos Ballets Russes ou da Judson Dance Theater. Esta exposição estrutura-se em torno de termos chave no pensamento de dança (improvisação, tensão, composição, gravidade, entre outros) pensados desde uma perspectiva ampla de como os corpos se relacionam e se movem no espaço e no tempo.
Abordando a dança em sua acepção mais ampla de movimento socialmente construído e codificado, Histórias da dança inclui gestos não necessariamente associados à dança: expressões transgressoras de sujeitos marginalizados, locomoção coordenada e disciplinada, gestos insurgentes e a ocupação subversiva do espaço público. A exposição contempla também vídeos de protesto ou danças de rua que viralizaram nas redes sociais ou plataformas como o YouTube. Além disso, o projeto também realça a importância da arte cinética latino-americana e da arte neoconcreta brasileira no centro desses debates, investigando as implicações políticas de movimentos coletivos.
De materiais arqueológicos pré-colombianos, passando pelo ritmo de telas abstratas do começo do século 20, até protestos coreografados contemporâneos, Histórias da Dança celebra o potencial da dança de expressar a alegria e o desejo físico (e também a ira coletiva) diante da opressão e da crise. Embora as representações históricas de dança puderam muitas vezes apresentar imagens "exotizadas" de Outros, esta mostra enfatiza a auto invenção e a reivindicação assertiva de territórios por parte de corpos negros e indígenas que se movimentam conjuntamente no espaço. Além disso, Histórias da dança ressalta a contribuição das mulheres, com especial atenção para perspectivas feministas e queer, desde o luto das mulheres chilenas pelos desaparecidos no regime Pinochet na dança-protesto cueca sola, passando pelo trabalho pioneiro de dançarinas como a brasileira Analívia Cordeiro ou ainda a afro-americana Josephine Baker (1906-1975).
Ao evidenciar a maneira como os corpos se movem juntos dentro de contextos políticos, históricos e econômicos específicos, a exposição apresenta a dança como forma de resistência exuberante.
De fundamental importância para a mostra, está um espaço aberto, uma arena, comissionado para a artista Carla Chaim, onde aconteceria um intenso programa de performances, apresentações, ensaios e oficinas no segundo subsolo do MASP. A presença de corpos em movimento no cerne da exposição permite questionar criticamente as possibilidades, os diálogos e as fissuras que podem surgir quando a dança adentra o museu.
4ª edição Circo Contêiner chega ao fim em novembro com mais seis novos espetáculos gratuitos.
As atrações do mês são Cia. Pé de Mamão, Trupe Lona Preta, A Casa das Lagartixas, Trupe Liuds, Trupe DuNavô e The Pambazos Bros.
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O Mundo do Circo SP estreia A Magia do Natal e apresenta programação gratuita do mês.
O espetáculo estreia no dia 15 de novembro.
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Festival Ecos Latinoamericanos estreia em São Paulo com Susana Baca e grandes nomes da música de concerto.
Primeira edição ocupa a Sala São Paulo, SESC Belenzinho, Pinacoteca e o Minhocão entre 19 e 30 de novembro de 2025, reunindo artistas de nove países em uma celebração da arte, da memória e do afeto latino-americanos.
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Drama sobre a vida de crianças em campos de refugiados Juego de Niños estreia no Itaú Cultural.
Texto inédito do dramaturgo Newton Moreno reúne em cena Vera Mancini, Genézio de Barros e Luiz Guilherme, atores veteranos que interpretam crianças imigrantes em um campo de detenção. Assim, a trama dirigida por Bernardo Bibancos cria um contraste entre infância e amadurecimento/envelhecimento precoce, causado pelo sofrimento.
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Zona Leste em Movimento: dança, circo e teatro ocupam espaços públicos até o fim de novembro.
De outubro a novembro de 2025, a região recebe uma intensa agenda cultural gratuita, com destaque para o Coletivo Calcâneos, Guilherme Torres, o Coletivo Pedra Rubra e o Bando Golíardis. Em comum, os artistas partem de experiências reais e de uma escuta atenta às suas comunidades para transformar a arte em espelho da cidade e ferramenta de transformação social.
https://www.sampaonline.com.br/noticias/zona+leste+movimento+danca+circo+teatro+ocupam+espacos+publicos+ate+fim+novembro.php