Itaú Cultural apresenta instalação feita por 22 jovens de SP sobre mundo contemporâneo

Janeiro 29, 2020

De 31 de janeiro a 2 de fevereiro (sexta-feira a domingo), o Itaú Cultural apresenta Nosso Labirinto e Seus Ecos, instalação idealizada por 22 jovens com idade entre 13 e 22 anos que, a convite do instituto, reuniram-se durante sete meses para expor suas opiniões e debater sobre o mundo contemporâneo e a relação entre suas expectativas e a realidade na sociedade atual. Na obra, o visitante confere vídeos com depoimentos dos participantes e fotos dos processos de idealização do projeto, assim como acompanha as rodas de conversa e intervenções cênicas com as temáticas destacadas por eles como importantes na atualidade. Ao final de cada dia, a programação conta, ainda, com uma apresentação da programação musical do Itaú Cultural.

"A ideia de um labirinto como instalação foi proposta pelos próprios jovens e em todo o processo eles foram protagonistas na construção do projeto, tornando-se curadores da programação e criadores dos conteúdos da Mostra. Tem sido uma experiência riquíssima de troca para todos nós", conta Tayná Menezes, coordenadora do Núcleo de Educação e Relacionamento.

Montada na Sala Multiúso, no piso 2, Nosso Labirinto e Seus Ecos é composta por quatro ambientes, em um espaço de experimento para o público sobre as inquietudes que movimentam o pensamento dos jovens na atualidade, como a relação do ser humano com a natureza e a cidade, sua existência, seus sonhos e realidades, assim como suas preocupações com padrões sociais e sustentabilidade.

Na entrada, o visitante se depara com uma espécie de jardim suspenso, no qual os jovens espelham sua preocupação com a natureza, mesmo morando em meio ao concreto de São Paulo, e fazem questão de proliferar suas vozes. Dispostas em vasos plantas como alecrim e lavanda perfumam o ambiente e dividem espaço com fones de ouvidos que transmitem depoimentos de outros jovens colhidos pelos participantes do projeto, a respeito do mundo contemporâneo.

Segue-se um corredor com textura de barro para conduzir o público a uma projeção com fotos feitas pelo grupo retratando o dia a dia deles, em uma alusão às galerias de imagens das redes. Intitulada Cliques, a seção reflete a relação deles com a cidade de São Paulo, suas paisagens e cotidiano.

Na volta ao percurso do labirinto, um outro corredor reúne registros da artista gráfica e educadora Beá Meira, que relatou com desenhos os encontros de imersão feitos pelo grupo para a composição do projeto. Uma vitrine com o caderno original dessas ilustrações abre essa parte da exposição, que segue com a plotagem, em tecido, de parte dos desenhos.

O concreto da cidade é lembrado no revestimento de duas outras salas, nas quais se projeta em looping dois minidocumentários. Idealizados pelo grupo e realizados pelo Itaú Cultural, abordam a arquitetura sustentável. Em um deles, um casal apresenta a casa que construiu a partir de materiais reciclados e reaproveitados. No outro, dois indígenas contam como é morar em São Paulo, tendo culturas, rituais e concepção de habitação diferentes do restante da cidade.

Com uma árvore ao centro, o último espaço do percurso reúne referências de todos os elementos dos espaços anteriores – jardim vertical, barro e concreto –, acrescido de espelhos, para que o público se sinta como integrante dessa cidade e das realidades relatadas. A partir do convite Plante uma palavra e semeie uma intenção, é possível também deixar uma mensagem pendurada na árvore. Na saída, áudios com vozes não identificadas falam sobre temas como diversidade, expectativas e desejos para a vida. Um teste para saber se a voz dos jovens é, de fato, ouvida.

Atividades:

Uma programação diária acontece de 31 de janeiro ao dia 2 de fevereiro no espaço da instalação Nosso Labirinto e Seus Ecos. Montada e comandada pelos jovens em horários variados (confira a programação abaixo), ela inclui oficina, debates e intervenções cênicas a partir dos temas levantados por eles no labirinto.

Três assuntos conduzem as rodas de conversa nos três dias. Arquitetura Sustentável debate sobre como garantir que projetos arquitetônicos não afetem negativamente o meio ambiente, tendo como exemplos técnicas mais tradicionais, como os das culturas indígenas, ou mais modernas, como paredes e coberturas verdes de prédios. Moda: Narrativa dos Tempos, propõe uma reflexão sobre a responsabilidade em relação ao planeta a partir do que vestimos, uma vez que a indústria da moda se vale de recursos naturais e alimenta um consumo sem consciência. A conversa é aberta com a exibição de um minidocumentário com dois frequentadores de brechó, que dão dicas de como e porque fazer compras nesses locais.

Apenas no domingo, fechando os debates, Nosso Labirinto reúne os jovens em uma conversa aberta com o público, na qual eles contam suas experiências durante o processo de elaboração e construção da instalação e da programação.

Apresentadas todos os dias, as intervenções cênicas, buscam levantar reflexões sobre diversidade, questões de gênero e raciais. É o caso de Quando Você me Olha, conduzida por nove participantes do projeto e que trata de empoderamento feminino, masculinidade tóxica, homofobia e preconceito. Em cena, os jovens representam outros jovens, que têm opiniões formadas e precisam ser escutados.

Em Do Pouco ao Não Amor, o foco é a solidão da mulher negra em diáspora. A ação denuncia as opressões baseadas em raça, classe e gênero, e indica a ligação com a ancestralidade como uma possível solução para o amor negado.

A oficina Plantio para Futuros Jovens, no sábado e no domingo, é voltada para as crianças. A proposta é apresentar aos pequenos, na prática, os processos de cultivo de uma planta e abrir espaço para conversas sobre a importância da natureza – da qual os seres humanos são apenas uma parte.

No final de cada dia, a programação é encerrada com show de um dos grupos compostos por alunos e ex-alunos da Escola do Auditório, vinculada ao Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer. Composta por músicos de 17 a 26 anos, a Banda Aldeia se apresenta na sexta-feira com repertório dedicado às tradições do choro, do samba e da MPB em composições de Cartola, João Bosco e Djavan, entre outros. No sábado, a Banda Nova Malandragem toca no sábado. Trata-se de uma big band com foco no samba rock instrumental, tanto no resgate de repertório quanto na pesquisa de sonoridades da música clássica preta brasileira. Por fim, no domingo, o sexteto Seis Canta explora as diversas vertentes da música brasileira por meio da música vocal a capela, sem acompanhamento instrumental.

Processo:

O projeto Nosso Labirinto e Seus Ecos nasceu da proposta do Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural de colocar a voz da juventude em primeira pessoa e deixa-la falar sobre si e seus sentimentos em relação à vida contemporânea em sociedade. Assim, o instituto percorreu diferentes espaços da cidade de São Paulo – CEU Vila do Sol, Escola Móbile, Escola de Música do Estado de São Paulo - EMSP Tom Jobim, Escola Técnica do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Escola Técnica Estadual - Gestão Pública (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal), Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, Ocupação Cultural Ermelino Matarazzo, Paideia Associação Cultural, Projeto Guri e Revista Viração – com uma oficina de escrita criativa, ministrada pelo escritor Marcelino Freire. Ao final, uma equipe do instituto apresentava a proposta aos participantes convidando-os a participar do projeto.

Foram recebidas 128 inscrições, das quais foram selecionados os 22 jovens, que atuaram como curadores da programação e criadores dos conteúdos da instalação. Entre julho de 2019 e janeiro de 2020, eles participaram de 11 encontros presenciais conduzidos por Valeria Toloi e Tayná Menezes, da equipe do Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural, ao lado dos consultores Pablo Ramoz e Tatiana Schunck, além de dinâmicas imersivas com Edgard Gouveia e registros em ilustrações artísticas de Beá Meira. O resultado do projeto em 2019, é a instalação agora exibida, partindo da ideia do labirinto como o símbolo de uma jornada de vida.

Programação:

Todas as atividades abaixo têm interpretação em Libras

Dia 31 de janeiro (sexta-feira),

Às 11h
Roda de conversa Moda: Narrativa dos Tempos
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 12h

Intervenção cênica Quando Você me Olha
Duração aproximada: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 15h

Roda de conversa Arquitetura Sustentável
Sala Multiúso (piso 2)
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre

Às 16h

Intervenção cênica Do Pouco ao Não Amor
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 20h

Show Banda Aldeia
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Ingressos distribuídos uma hora antes do espetáculo

Dia 1 de fevereiro (sábado)

Às 11h30
Oficina Plantio para Futuros Jovens
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre (a oficina é mais bem aproveitada por crianças de 5 anos ou mais)
Espaço educativo (piso -1)
Vagas: 15 crianças (cada uma com um acompanhante) Inscrições a partir das 11h, no balcão de atendimento

Às 12h

Roda de conversa Arquitetura Sustentável
Sala Multiúso (piso 2)
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre

Às 15h

Roda de conversa Moda: Narrativa dos Tempos
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 16h

Intervenção cênica Quando Você me Olha
Duração aproximada: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 18h

Intervenção cênica Do Pouco ao Não Amor
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 20h

Show Banda Nova Malandragem
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Ingressos distribuídos uma hora antes do espetáculo

Dia 2 de fevereiro (domingo)

Às 11h

Intervenção cênica Do Pouco ao Não Amor
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 11h30

Oficina Plantio para Futuros Jovens

Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre (mais bem aproveitada por crianças de 5 anos ou mais)
Espaço educativo (piso -1)
Vagas: 15 crianças (cada uma com um acompanhante) Inscrições a partir das 11h, no balcão de atendimento

Às 12h

Roda de conversa Arquitetura Sustentável
Duração aproximada: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 14h

Intervenção cênica Quando Você me Olha
Duração aproximada: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 15h

Roda de conversa Moda: Narrativa dos Tempos
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (piso 2)

Às 16h

Roda de conversa Nosso Labirinto

Duração aproximada: 90 minutos
Classificação indicativa: Livre
Na avenida Paulista, em frente ao Itaú Cultural

Às 19h

Show Seis Canta
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Ingressos distribuídos uma hora antes do espetáculo

Serviço:

Data: De 31 de janeiro a 2 de fevereiro (sexta-feira a domingo)
Local: Itaú Cultural
Entrada gratuita
Visitações à instalação:
Sexta-feira das 9h às 20h (permanência até as 20h30)
Sábado e domingo das 11h às 20h (permanência até as 20h30)