Festival independente Bike Arte chega ao bairro da Luz

Julho 27, 2016

No dia 30 de julho, o bairro da Luz, no centro de São Paulo, recebe o festival independente Bike Arte, promovido pelo Instituto Aromeiazero em parceria com o estúdio de design Rebimboca, com a Casa Rodante e com o apoio institucional da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O evento, que busca abrir as ruas das cidades para as pessoas e ocupá-las com diversas formas de manifestações culturais, chega a sua 5ª edição reforçando a importância da bicicleta para uma cidade mais democrática e a ideia de que os espaços públicos das cidades devem ser pensados como locais de convivência e de promoção cultural.

O cruzamento entre as ruas Cleveland e Helvétia, território conhecido popularmente como Cracolândia, foi o local escolhido para a realização da edição 2016 do evento. A intenção é construir junto aos moradores, transeuntes e habitantes locais um espaço de cultura e arte de rua no bairro da Luz, afim de valorizar uma região da cidade por vezes marginalizada e ignorada, bem como promover a diversidade, a interação, a integração e a empatia.

Entre as atividades previstas para acontecerem no festival estão apresentações musicais e teatrais em palco montado na região, aulas de dança, atividades esportivas como apresentações de BMX e aulas de bike, oficina gratuita para conserto de bicicletas e área gastronômica, com foodbikes e tendas de comidas variadas.

Uma exposição gráfica - com obras de artistas convidados ligadas a temas como ciclismo, ciclo ativismo, mobilidade urbana, urbanismo, direitos humanos, entre outros - é atividade recorrente em todas as edições do Bike Arte. Com a curadoria dos profissionais do Estúdio Rebimboca, as obras expostas são vendidas para ajudar a custear o evento. Nesta edição, com exclusividade, uma seleção de lambes com ilustrações sairá da exposição com destino às paredes da região, numa espécie de mostra permanente na Luz.

Para complementar a festa e reforçar o caráter democrático do evento, o Instituto Aromeiazero abriu inscrições para o Pirações Urbanas, edital que selecionou cinco iniciativas para acontecerem durante o Bike Arte 2016. Os projetos precisavam se encaixar nas seguintes plataformas: artes cênicas, dança, música, oficina lúdica, mostra fotográfica, escultura, instalação, projeção, apresentações, grafite, brincadeiras e saraus. A seleção obedeceu a critérios como inovação, criatividade, potencial coletivo e, acima de tudo, deveriam conversar com temas ligados ao universo das ruas, da cidade, da mobilidade e da diversidade cultural de São Paulo. As atividades aprovadas recebem ajuda de custo de R$ 500,00.

PROGRAMAÇÃO:
Oficina BikeRetalhos - Coletivo Olhares Urbanos
Oficina criativa inspirada em desenhos infantis e monstros da infância em que, de forma lúdica e prática, cada participante confecciona seu boneco de sucata utilizando peças de bicicletas que não serão mais usadas. A ideia é dar vida àquilo que não se deseja mais, transformando ferro velho em um objeto de afeto.

Imaginavc - Associação Imagina/Imagina Coletivos
Um convite para a experimentação de novos modelos de mundo.
Atividade 1: Rodas de conversa sobre os temas: O Limite de Viver com Menos, #Ocupando a política com os secundaristas e Encorajamento e Fortalecimento Feminino.
Atividade 2: Oficina e colação de lambe-lambes pelo centro de São Paulo relacionados aos temas acima.
Atividade 3: Jogatina de baralho: jogo TRETA, uma forma leve e divertida de praticar empatia.

Bicicleta Geradora - Silas Batista
A bicicleta geradora é uma atividade didática que visa mostrar aos voluntários a capacidade de geração de energia elétrica por meio das pedaladas (energia motora). Durante o Bike Arte 2016, as biciclistas geradoras fornecerão energia limpa para o festival. Quanto maior o número de pessoas pedalando, maior é a quantidade de energia produzida. Cada pessoa pode gerar em média 50 W, equivalente ao consumo de uma TV LCD.

Let it bloom - Sentimentos são para florescer
Oficina de intervenção interativa em que os participantes falam (por escrito ou verbalmente) sobre suas fragilidades, medos, ansiedades e vergonhas e, aos poucos, esses depoimentos transforma-se em bordados produzidos pela artista Priscilla Vicenzo. O objetivo é tecer uma rede de sentimentos em torno da vulnerabilidade, tão comum a todos, e quebrar o ciclo de individualismo da cidade.

Mapa Pedal Afetivo em Sampa
A instalação interativa propõe aos participantes marcarem sua bike stencil no mapa da cidade de SP, com uma cor do menu de emoções, de acordo com as sensações que aquela região marcada desperta no participante. Para a marcação, os locais da cidade devem remeter a alguma experiência afetiva do participante, que pode ser a infância, histórias de amor, aventuras, amizades, sonhos ou algum bem estar que a ciclomobilidade tenha proporcionado. O mapa ficará exposto durante todo o Bike Arte 2016 para as pessoas interagirem. Em alguns momentos, serão filmados alguns depoimentos dos participantes durante suas interações com os símbolos postados no mapa.

Pimpex
A equipe do Pimp my Carroça estará no Bike Arte para reformar a carroça, triciclo ou bike de catadores da região.

Exposição visual
Artistas e galerias cederam ilustrações e lambe-lambes para a exposição a céu aberto do Bike Arte 2016. Além disso, artistas como Rodrigo Machado, Heraldo Cândido, Índio Badaros e Julinho farão um mural de grafite ao vivo, durante toda a tarde de atividades. Entre os participantes, também estão nomes como a galeria Choque Cultural, os estúdios BijaRi e Rebimboca, os coletivos Imagina vc. e OcupeaCidade e os artistas Edson Ike, Elisa Riemer, Paula Resenda, Luda e Fabrizio Lenci, da Vapor 324.

PROGRAMAÇÃO MUSICAL:
Abertura (das 11 às 14h): Dj Clerouak

às 14h: Yannick Delass (Congo)
Compositor, cantor e guitarrista congolês-são-tomense, se apresenta como um grande ativista nas causas que envolvem a exploração sexual, tráfico infantil e a luta pela igualdade racial e justiça social. Delass integrou muitos corais religiosos como vocalista e como diretor, participou de outros três.

às 15h: Santa Mala (Bolívia)
Três irmãs MC's bolivianas que integram o coletivo Latam Esquad. Produzem um rap interventivo, "de minas", "de bolivianas", "de barrio". Um rap direto, cheio de influências da cultura latina callejera, que preenchem com a força das suas realidades.

às 16h: NÃ (Brasil)
A banda NÃ apresenta seu elogiado álbum de estreia, Farpa, lançado em maio de 2016. O disco busca capturar as disrupções nas quais vivemos, estabelecendo narrativas que precisam ser (re)colocadas, através de múltiplas referências musicais e filosóficas. Afropunk, poesia marginal, crônicas cotidianas, referências literárias de críticos da modernidade, samba, jazz, música experimental, riffs de guitarra e coros apocalípticos compõem o cenário sonoro.

Serviço
Bike Arte 2016
Dia 30/07/2016, das 11 às 17h
Cruzamento das ruas Cleveland e Helvétia - Bairro da Luz - São Paulo - SP.
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